Funciona assim: a mídia pressiona para que a ministra Rosa Weber, do STF, vote contra a presunção da inocência e, portanto, viole a Constituição; depois de 15 minutos de fama, a “magistrada-heroína” seria atirada ao lixo da História pela própria mídia.
O caso de Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso pela lava jato, é bastante emblemático acerca do comportamento da velha mídia golpista. Num primeiro momento, ele foi considerando o “brasileiro número 1”; depois do trabalho sujo no impeachment, o parceiro de Michel Temer foi escrachado pelos jornalões.
O voto de Rosa Weber não seria apenas em favor do ex-presidente Lula, a dimensão história seria muito maior. Também diz respeito ao marco civilizatório conquistado com a Carta Política de 1988. Ou seja, votar contra o habeas corpus para o petista seria homenagear o autoritarismo em detrimento da democracia brasileira.
Dito isto, relativizar a presunção da inocência seria relativizar — ainda mais — os direitos fundamentais. Rosa Weber não pode erra aí.
Não dá para “flexibilizar” Constituição com o único objetivo de prender Lula e tirá-lo da disputa presidencial de outubro. Isto, sim, seria apequenar o Supremo.
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