sábado, 21 de abril de 2018

Papa a seminaristas: amor fiel a Deus e serviço humilde aos irmãos

Papa Francisco
É bonito ver jovens que se preparam para assumir um compromisso estável com o Senhor que dure para a vida inteira. “Isso é mais difícil para vocês do que foi para mim, por causa da ‘cultura do provisório’ de hoje em dia”, ressaltou Francisco.
Cidade do Vaticano

“Na vida cristã há um só obstáculo relevante diante de cada um de nós: o medo. Mas podemos superá-lo com o amor, a oração e o bom humor. Desse modo espero que não tenham medo das dificuldades e das provações e da luta incessante contra o pecado.”

Foi o que disse o Papa Francisco aos seminaristas da Comunidade do Venerável Colégio Inglês de Roma, recebidos em audiência na manhã deste sábado (22/04), na Sala do Consistório, no Vaticano (um grupo de 50 pessoas).

“Encorajo-os a não terem medo de si mesmos. Tomando o exemplo do celeste Padroeiro de vocês, São Tomás de Cantuária – que não permitiu a seus pecados passados e aos limites humanos de servir a Deus até o fim –, não somente serão capazes de superar os medos de vocês, mas ajudarão também os outros a superar os próprios.”

No início de seu discurso, ao dar as boas-vindas aos superiores e aos alunos do referido Colégio o Santo Padre recordou que este ano se celebram vários aniversários significativos na vida da Igreja na Inglaterra e Gales e disse querer partilhar com eles algumas palavras de encorajamento.

Sobretudo, disse rezar por eles a fim de que possam crescer aprofundando cada vez mais a relação com o Senhor e a atenção para com os outros, especialmente os mais necessitados. “Amor a Deus e amor ao próximo” – disse – são “o marco da nossa vida”.

Primeiro, o amor a Deus. É bonito ver jovens que se preparam para assumir um compromisso estável com o Senhor que dure para a vida inteira. “Isso é mais difícil para vocês do que foi para mim, por causa da ‘cultura do provisório’ de hoje em dia”, ressaltou Francisco.

“Para superar esse desafio, e para ajudá-los a fazer uma autêntica promessa a Deus, é vital durante estes anos de seminário alimentar a vida interior de vocês, aprendendo a fechar a porta de sua cela interior a partir de dentro. Desse modo o serviço de vocês a Deus e à Igreja resultará reforçado e encontrarão aquela paz e felicidade que somente Jesus pode dar”.

Segundo, o amor ao próximo. Como sabem, continuou o Pontífice, “não somos testemunhas de Cristo para o bem de nós mesmos, mas para os outros, em constante serviço. E nós buscamos oferecer este serviço não por um simples sentimento, mas por obediência ao Senhor, que se ajoelha para lavar os pés dos discípulos”.

“Nem mesmo nosso discipulado missionário pode ser vivido no isolamento, mas sempre na colaboração com outros sacerdotes, religiosos e leigos, homens e mulheres”, observou o Papa.

“Às vezes é difícil amar o próximo, e é por isso que, a fim de que nosso ministério seja eficaz, temos constantemente necessidade de ‘permanecer centrados, firmes, em Deus que ama e dá força. A partir dessa firmeza interior é possível suportar (os outros) com paciência e constância no bem’.”

Por fim, disse ainda, “cultivando as amizades, as boas e sadias relações que os ajudarão no futuro ministério de vocês, estou certo de que reconhecerão seus verdadeiros amigos, que não são simplesmente aqueles que concordam com vocês, mas são dons do Senhor para ajudar-nos a caminhar rumo àquilo que é justo, nobre e bom”.

Com afeto ofereço-lhes esses pensamentos, para encorajar o amor fiel de vocês a Deus e o serviço humilde aos irmãos e às irmãs, concluiu o Papa Francisco.

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