ANSA, via Vatican News
"Queríamos que fosse um filme para todos os tipos de público, porque a mensagem do Papa é universal", diz o cineasta alemão
Foi mundialmente apresentado no Festival de Cannes o filme “Papa Francisco: um homem de palavra”, do cineasta alemão Wim Wenders. O filme não disputará a Palma de Ouro, mas terá uma sessão especial durante a mostra.
Wenders declarou durante a apresentação do longa:
“O Papa Francisco é o exemplo vivo de um homem que luta pelo que diz. Em nosso filme ele se dirige diretamente ao espectador, de modo sincero e espontâneo. Queríamos que fosse um filme para todos os tipos de público, porque a mensagem do Papa é universal”.
Um filme com o Papa
Dom Dario Edoardo Viganò, assessor da Secretaria de Comunicação da Santa Sé, deu início ao projeto junto com o cineasta alemão. Ele disse em entrevista à agência Sir:
“O filme que Wenders realizou sobre o Papa é uma experiência do falar de si, por parte do Papa, através de um tecedor capaz de reconstruir e entrelaçar a narração, e esta é a parte do diretor, de modo que surja a verdade e a profundidade do próprio ser”.
Para dom Viganò, a particularidade do filme, que contou com a colaboração do Vatican Media, é que não se trata de um documentário, mas sim de “um filme com o Papa”:
“O Papa Francisco é o protagonista da obra. Ele aceitou participar deste projeto com desejo de compartilhamento e de encontro com o próximo”.
Francisco visto de perto
O filme não tem um estilo narrativo e descritivo, sublinha dom Viganò, “como nas primeiras tomadas sobre Leão XIII em 1896, ou no filme sobre Pio XII de 1942, Pastor Angelicus, ou mesmo nos documentários audiovisuais dedicados a João XXIII”. Desta vez há um envolvimento direto: “Ele é o Papa da proximidade, do abraço inclusivo. Por isso participa como protagonista absoluto”.
Essa intenção se traduziu em “uma direção a serviço do encontro com o Pontífice, nunca invasiva ou dominante, mas sim discreta e poética. O Papa refletiu um bom tempo para avaliar o trabalho. Depois, aceitou de maneira convicta, consciente da grandiosidade comunicativa do projeto”.
Wenders, olhar poético
Recordando as obras-primas do cineasta, como “As Asas do Desejo”, com a particular presença dos anjos, e “Tão longe, tão perto”, no qual é citado o Evangelho de Mateus, dom Viganò recorda também a colaboração com o cineasta na cerimônia de abertura do Jubileu Extraordinário da Misericórdia no Vaticano. Com o Centro Televisivo Vaticano – hoje Vatican Media – “logo acreditamos no valor de um filme que falasse sobre o diálogo entre o Papa Francisco e a sociedade de hoje, com o encontro de homens e mulheres de todas as proveniências. O resultado foi uma experiência cinematográfica intensa, com encontro de pessoas de todas as fés, culturas, pertencentes a todas as classes sociais ou políticas”.
A trilha sonora de Laurent Petitgand é enriquecida pela voz narrativa de Wim Wenders e da cantora Patti Smith.
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