quinta-feira, 3 de maio de 2018

Liberdade religiosa piorou em 2018: relatório cita 28 piores países, destacando 16

  Redação da Aleteia | Maio 02, 2018
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Crimes contra liberdade religiosa incluem genocídio, escravidão, prisão, estupro, deslocamentos, conversões forçadas e proibição de educação religiosa
A liberdade religiosa piorou no mundo inteiro, de acordo com o relatório 2018 da USCIRF, sigla em inglês da Comissão dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional, que analisa os dados consolidados mais recentes (2017).

Os crimes
A lista de crimes contra a liberdade religiosa inclui genocídio, escravidão, prisão arbitrária, estupro, deslocamentos forçados, conversões forçadas, destruição de propriedades e proibição de educação religiosa infantil.

Os países
As maiores violações contra a liberdade religiosa ocorreram em 27 países do Oriente. No lado ocidental do mundo, o maior destaque negativo em termos de restrições à liberdade de crença continua sendo Cuba.

16 países são apontados como “de Especial Preocupação“, o que significa que, neles, a violação à liberdade religiosa é “sistemática, contínua e atroz”, além de contar com a tolerância e até mesmo a participação de governos estrangeiros. Esses 16 países são os mesmos já apontados no relatório do ano passado.
10 deles foram oficialmente reconhecidos como “de Especial Preocupação” pelo Departamento de Estado norte-americano, o que lhes acarreta maiores chances de sofrer sanções comerciais e financeiras. São eles: Birmânia, China, Eritreia, Irã, Coreia do Norte, Arábia Saudita, Sudão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão.
Os outros 6 países “de Especial Preocupação”, embora não assim reconhecidos pelo Departamento de Estado norte-americano, são o Paquistão, a Rússia, a Síria, a Nigéria, o Vietnã e a República Centro-Africana.
“Destaques”
PAQUISTÃO – é apontado como o pior em termos de liberdade religiosa no recém-mencionado grupo de seis países. Daniel Mark, o presidente da USCIRF, destaca que o Paquistão é líder mundial em prisões, condenações e julgamentos arbitrários baseados na polêmica “lei da blasfêmia”, derivada da aplicação da sharia. Há no Paquistão cerca de 40 pessoas condenadas por “blasfêmia” contra o islã, à espera da pena de morte ou cumprindo pena de prisão perpétua. No corredor da morte daquele país encontra-se Asia Bibi, uma trabalhadora católica do campo, casada e mãe de 5 filhos que, em 2009, bebeu água de um poço e, quando um grupo de muçulmanas a acusou de ter “contaminado a água” por ser cristã, defendeu-se retrucando: “Eu acredito na minha religião e em Jesus Cristo, que morreu na cruz pelos pecados da humanidade. O que seu profeta Maomé fez para salvar a humanidade?”. Foi o suficiente para ser condenada à morte por enforcamento, condenada por “blasfêmia”. Sua história aberrante você pode ler aqui.
CHINA – Em 2017, completou 60 anos a Associação Patriótica Católica Chinesa, grupo criado pelo governo comunista para tentar suplantar o Vaticano como autoridade sobre os católicos do país. No ano passado, a China aumentou o controle estatal sobre as religiões reconhecidas, o que faz parte da campanha do presidente Xi Jinping para, segundo o relatório, “manipular todos os aspectos da fé em um modelo socialista impregnado de ‘características chinesas’”. O relatório denuncia que as autoridades chinesas usam até de tortura para forçar pessoas a renunciarem à sua fé.
12 PAÍSES DE “NÍVEL 2” – Além dos 16 países já citados acima, o relatório 2018 da USCIRF aponta em outros 12 um nível menos grave, mas ainda assim inaceitável de violações à liberdade religiosa: Afeganistão, Azerbaijão, Bahrein, Cuba, Egito, Índia, Indonésia, Iraque, Cazaquistão, Laos, Malásia e Turquia.
OUTRAS “ENTIDADES” – O relatório também afirma que o Estado Islâmico é uma entidade não estatal que, no entanto, exige preocupação especial, pois a sua derrota militar na Síria e no Iraque não é garantia de que o grupo terrorista esteja definitivamente desmantelado. Além dele, merecem atenção particular os talibãs, no Afeganistão, e o grupo fanático Al-Shabaab, na Somália.

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