domingo, 27 de maio de 2018

'Paralisação teve o apoio criminoso de patrões transportadores', acusa Raul Jungmann

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Ainda há 566 pontos de bloqueio parcial de estradas. PRF emitiu 400 autos de infração, com multas 
PF já abriu 37 inquéritos para investigar empresários que tenham incentivado a paralisação.
PF já abriu 37 inquéritos para investigar empresários que tenham incentivado a paralisação. (Leonardo Benassatto/Reuters)

O ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, atualizou na noite deste sábado (26) os números sobre a liberação das rodovias do país. Segundo ele, ainda há 566 pontos de bloqueio parcial de estradas, enquanto outros 524 pontos foram liberados pelas forças de segurança.

"Esta paralisação teve, em parte, a promoção e o apoio criminoso de proprietários e patrões de empresas transportadoras e distribuidoras. E podem ter certeza, eles irão pagar por isso", disse o ministro.

Segundo o governo, a Polícia Federal (PF) já abriu 37 inquéritos para investigar empresários que tenham incentivado a paralisação das atividades de transporte de cargas, crime chamado de locaute. Jungmann mencionou já terem ocorrido prisões, sem dar mais detalhes.

“Um número praticamente meio a meio entre aquelas que se encontram liberadas e interditadas”, disse o ministro durante entrevista à imprensa no Palácio do Planalto. “Tivemos seis casos em que o desbloqueio não se deu de foma negociada, em que tivemos que utilizar o choque da Polícia Rodoviária Federal, pórem sem vítimas”, acrescentou Jungmann.

O ministro informou também que desde o início da paralisação de caminhoneiros, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) emitiu 400 autos de infração, com multas que somam R$ 2,03 milhões, correspondente a infrações de trânsito.

Jungmann disse ainda que tem sido aplicadas as multas de R$ 100 mil por hora contra entidades ou empresas que estejam promovendo interdições de estradas pelo país, conforme estipulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Mais ações

Diante da continuidade das paralisações de caminhoneiros em todo o País, Temer assinou um decreto antes da reunião que autoriza o poder público a requisitar "veículos particulares necessários ao transporte rodoviário de cargas consideradas essenciais".

Este foi considerado mais um passo de endurecimento com os manifestantes, com que o Planalto está em queda de braço desde ontem, quando não cumpriram o acordo de desobstruir as estradas e liberar as bases de distribuição para a saída de caminhões de combustíveis.

O texto diz que caberá ao Ministro da Defesa determinar os condutores desses veículos "desde que possuam a habilitação específica exigida pela legislação de trânsito". Poderão ser requisitados a conduzir servidores de qualquer órgão ou entidade da administração pública e militares das Forças Armadas. O decreto entra em vigor hoje.

Ao longo do dia, a estratégia do governo de acionar as forças federais conseguiu levar combustível para alguns aeroportos, entre eles o de Brasília, e postos de combustível.

Avaliação

A decisão foi tomada depois da primeira reunião de Temer com os ministros, na manhã deste sábado, que consideram importante abrir caminho para entrar em todas as refinarias e viabilizar a distribuição de combustível, com militares dirigindo os caminhões.

A participação do presidente não estava prevista no encontro, mas ele decidiu ir cedo para o Palácio do Planalto e foi direto para o quarto andar, onde a reunião acontecia.

Também este domingo estão previstas outras duas reuniões de avaliação no Planalto para "acompanhar a conjuntura, a evolução dela, e fazer um alinhamento das percepções porque isto é uma operação de interagências, com Forças Arnadas trabalhando de forma integrada com outras forças, federais e estaduais, e isso precisa ser alinhado", conforme havia informado o ministro da Defesa.


El País, Agência Brasil e Agência Estado

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