quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Advogada defende que Lula apareça em propaganda até julgamento sobre candidatura

Defesa argumenta que Lula pode aparecer em propaganda eleitoral até julgamento definitivo sobre candidatura
Propaganda eleitoral no rádio e na TV para candidatos à Presidência da República começa no sábado (1º). Lula, preso desde abril, teve a candidatura questionada no TSE e ainda não sabe se poderá concorrer.
Por Renan Ramalho, G1, Brasília

Uma das advogadas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) defendeu nesta quinta-feira (30) o direito do petista aparecer como candidato à Presidência na propaganda eleitoral que começa no próximo sábado (1º).

Em conversa com jornalistas após sessão da Corte, Maria Claudia Bucchianeri, disse que a lei eleitoral garante a um político essa participação, enquanto a Justiça Eleitoral não julgar em definitivo se ele permanece ou não na disputa.

Preso desde abril, Lula vai ter o registro da candidatura julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral  (Foto: Reprodução/JN)
Preso desde abril, Lula vai ter o registro da candidatura julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (Foto: Reprodução/JN)

O TSE marcou para sexta-feira (31), às 14h30, uma sessão extraordinária. A expectativa é que se discutam pedidos de liminar (decisão provisória) apresentados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo Partido Novo, para proibir Lula de aparecer como candidato no rádio e na TV.

Para Bucchianeri, a lei e decisões recentes do TSE garantem a participação de políticos cuja candidatura esteja sob contestação, como é o caso de Lula, condenado por órgão colegiado e considerado inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Ele está preso desde abril em Curitiba.

“O artigo 16-A é muito claro: enquanto o candidato estiver ‘sub judice’ ele tem direito de acesso ao rádio e à TV. Então a gente confia na lei, pelo menos até que o registro seja julgada e essas teses, que são muito profundas, sejam enfrentadas”, disse aos jornalistas.

O artigo 16-A da Lei 9.504/1997 diz que “o candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por instância superior”.


O registro de candidatura de Lula é alvo de mais de uma dezena de impugnações (questionamentos). Termina nesta quinta o prazo para os advogados do petista apresentarem a defesa da candidatura. O documento, com cerca de 200 páginas, deve ser protocolado no início da noite.

Bucchianeri considera difícil os ministros julgarem nesta sexta o pedido de registro, que definirá se Lula fica ou sai da disputa. A expectatva é que isso ocorra na semana que vem, quando a propaganda eleitoral já estará no ar.

Mesmo após a apresentação da defesa, nesta quinta, a legislação garante outros prazos para alegações finais das partes – na qual os interessados em derrubar o registro de Lula poderão rebater os argumentos da defesa.

No documento a ser apresentado nesta quinta, os advogados de Lula vão anexar pareceres de juristas e argumentar que o TSE deve aprovar a candidatura, principalmente com base na recomendação do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) em favor da participação do petista no pleito.

LULA

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

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