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Esperam-se novos ventos, que poderiam atiçar as chamas.
Homem observa o avanço do incêndio florestal nas proximidades de Monchique, no Algarve, sul de Portugal, 7 de agosto de 2018 (AFP)
Um incêndio florestal visível da Estação Espacial Internacional (ISS) ameaça uma cidade turística no sul de Portugal, em um momento em que a Península ibérica é afetada por temperaturas extremas que começam a ser sentidas no norte da Europa.
Mais de uma dezena de hidroaviões e seis helicópteros, que se abastecem em piscinas da região, auxiliavam os mais de mil bombeiros no combate às chamas que se aproximam perigosamente da cidade turística de Monchique, nas montanhas do Algarve, no sul de Portugal.
Esperam-se novos ventos, que poderiam atiçar as chamas.
O incêndio, declarado na sexta-feira, deixou 30 feridos, entre eles uma mulher de 76 anos em estado grave, segundo o último balanço da Proteção Civil.
A fumaça pôde ser vista em uma foto tuitada pelo astronauta alemão Alexander Gerst, a bordo da ISS.
Mobilização "sem precedentes"
Na madrugada desta terça (7), 250 pessoas foram evacuadas das populações vizinhas, enquanto as chamas, que já devastaram mais de 15.000 hectares de floresta, passaram a apenas 500 metros de um convento do século XVII.
Com os mil bombeiros, uma centena de soldados, mais de 340 veículos terrestres e 16 aeronaves em Monchique, mobilizou-se um dispositivo "sem precedentes para este tipo de operação", informou em coletiva de imprensa o ministro do Interior, Eduardo Cabrito.
As autoridades portuguesas têm ainda frescos na memória os incêndios do ano passado, que mataram 114 pessoas.
Na vizinha Espanha, os bombeiros também combatiam sem trégua um incêndio na região de Valencia (leste), cujas chamas queimaram 1.500 hectares e obrigaram a evacuar preventivamente 2.500 pessoas.
No fim de semana, a onda de calor levou tanto Espanha quanto Portugal a se aproximar de seu recorde de calor absoluto, com temperaturas de 46,6 graus centígrados, registrada em El Granado, um povoado da Andaluzia perto da fronteira portuguesa, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), em Genebra.
O número de vítimas mortais pela onda de calor na Espanha chegou a nove na última semana, anunciaram as autoridades nesta terça-feira (7).
Alívio
O calor extremo começava a diminuir em algumas regiões da Europa. "O oeste do continente receberá ar mais fresco do Atlântico. Isto aliviará a situação na maioria dos países sul-ocidentais da Europa", indicou a OMM.
Na França, tempestades esperadas para a tarde de terça-feira farão diminuir as temperaturas e deveriam dissipar o ar contaminado de Paris, Lyon e outras grandes cidades. "A onda de calor acaba", afirmou o meteorologista Frédéric Nathan.
Algumas tempestades podem ser violentas, com granizo e ventos com rajadas de até 100km/h.
Peixes mortos
Com o alívio no calor, chega a hora de fazer o balanço.
Uma tonelada de peixes mortos pelas temperaturas extremas foi retirada do Reno, no norte da Suíça, onde a temperatura da água chegou atualmente a 27,6 graus centígrados.
Do lago de Constança, na fronteira entre Alemanha e Áustria, foi retirada uma tonelada de salmonídeos, noticiou a TV pública RTS.
Na Holanda, uma fábrica de tintas teve a ideia de usar uma especial de base vegetal para dar cor verde às plantas secas pelo sol.
"Todo mundo achava que era brincadeira. Somos uma empresa de tintas e não uma de jardinagem. Mas não causa danos ao meio ambiente e as plantas se mantêm verdes de cinco a sete semanas", explicou Fabian de la Croix ao site RTL Nieuws.
"Recebemos centenas de pedidos, inclusive do Canadá", acrescentou o representante da empresa.
AFP
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