Temos história pra contar

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De onde vamos reviver nossas inspirações? De nós mesmos? De nossos governantes?

Um país que não valoriza sua história, que não se preocupa em preservar suas riquezas, é de 

Um país que não valoriza sua história, que não se preocupa em preservar suas riquezas, é de se esperar o que? (Reprodução)

Por Nany Mata

Inspirar-se é necessário. Essa frase pode parecer discurso de autoajuda e pode ser que você nem leve tão a sério, mas no fundo, você sabe que precisa de algo que te inspire. Todos precisamos. Inspiração para seguir em frente, seguir lutando por um futuro melhor para nosso país. 

Recentemente, passamos por mais um golpe na nossa história, já tão manchada de golpes. O Museu Nacional, uma daquelas inspirações necessárias, em especial, para um povo que não tem o hábito de dar muita atenção à própria história. Precisamos de um passado para nos orgulharmos e refletirmos sobre os erros. Era um monumento imponente, de inegável importância. Um patrimônio para a história, para a ciência, para as artes.

Não é preciso ser um amante dos museus para se sentir abalado por essa notícia. Não é sobre gostar ou não, dar importância ou não a museus. É sobre reconhecimento dos descasos tão frequentes à nossa cultura. À  imagem do país. Sobre o sucateamento de universidades. E muito mais.

Um país que não valoriza sua história, que não se preocupa em preservar suas riquezas, é de se esperar o que? O povo precisa comer, ter segurança, sim, mas precisa também de conhecimento, que enriquece, alimenta a alma, eleva a esperança e inspiração para acreditarmos.

De onde vamos reviver nossas inspirações? De nós mesmos? De nossos governantes?

Eu não sei. Apesar de continuar minha vida, minha rotina, confesso que por dentro me sinto atordoada. Penso em ler romances brasileiros e ouvir músicos populares, penso em ouvir Caetano e Gonzagão. 

Até quando nossas forças serão minadas, até quando nossas riquezas serão desprezadas? Até quando a história será tratada como nada? 

Eu, você, brasileiros e brasileiras, representamos hoje o presente de um Brasil sem aparato histórico, mas com muita história pra contar. 

Nany Mata

Jornalista, especialista em Comunicação Corporativa e Inbound Marketing. Acredita nos Direitos Humanos, na luta feminista e LGBT. Não se acanha em ser acusada de defensora de bandidos ou utópica. Trabalhou e é voluntária da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), entidade sem fins lucrativos que visa a humanização no cumprimento da pena e a ressocialização de indivíduos que cometeram delitos.