quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Haddad deve telefonar nesta quarta-feira para FHC

Por Cristiana Lôbo

10/10/2018 12h32 
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o candidato do PT, Fernando Haddad — Foto: Reprodução
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o candidato do PT, Fernando Haddad — Foto: Reprodução

Não deve passar desta quarta-feira (10) um telefonema de Fernando Haddad ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em mais uma tentativa de ampliar apoios políticos ao centro para sua candidatura.

Isso deve acontecer um dia depois de o PSDB, em reunião da executiva nacional, liberar seus líderes e militantes, apesar de forte tendência de candidatos no segundo turno tentarem se aproximar de Bolsonaro, como João Doria, por exemplo.

A tentativa de aproximação deve acontecer apesar das criticas que Haddad fez diretamente a Fernando Henrique e seu governo, no debate da TV Globo, na quinta-feira (4) que antecedeu o primeiro turno das eleições.

A propósito, muita gente na campanha não entendeu a estratégia de Haddad naquela ocasião. E há os que atribuem o ato ao nervosismo. Ao responder a pergunta de Geraldo Alckmin, Haddad partiu para o “nós contra eles” da estratégia petista.

A conversa com Fernando Henrique é mais um passo da nova estratégia do candidato de se descolar da imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (os votos lulistas já foram transferidos, entendem os coordenadores de campanha), os de esquerda virão, e fica faltando o centro.

Não é à toa que na imagem que exibiu nesta quarta em entrevista, ao fundo não mais está a foto de Lula, mas apenas a do candidato.

Haddad e FHC são amigos há algum tempo, têm amigos comuns e oriundos da mesma escola, a USP. Não foram fartos os encontros dos dois: jantares (na casa do próprio FHC) e foram juntos assistir à Ópera Manon Lescaut, de Puccini, enquanto ainda era prefeito de São Paulo.

Na agenda política de Fernando Haddad está ainda o quebra-cabeça da eleição no Rio de Janeiro. Até aqui ele não tem palanque no estado, enquanto Bolsonaro está apoiando o juiz Witzel (PSC), que avançou na corrida estadual.

Haddad quer ir ao palanque de Eduardo Paes, que já foi um aliados do PT, mas, agora no DEM, teria mais dificuldades para isso.


O DEM declarou nesta quarta apoio às mudanças exibidas pelo eleitor na rodada do primeiro turno, mas não declarou apoio a Bolsonaro.

Para essa tentativa de aproximação, o interlocutor petista deve ser o coordenador político da campanha, Jacques Wagner.

Em São Paulo, enquanto Doria declarou apoio a Bolsonaro, Márcio França (PSB) preferiu a neutralidade. Mas, acreditam petistas, mais dia menos dia, ele abrirá o palanque a Haddad. Há uma dificuldade para França: o PT é rejeitado por 51% dos paulistas.

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