Índios querem audiência com Bolsonaro para cobrar que Funai fique no Ministério da Justiça
Líderes indígenas foram nesta quinta-feira (6) ao CCBB para pedir encontro com governo de transição. Eles alegam que Justiça é única pasta que sabe lidar com conflitos fundiários.
Por Guilherme Mazui, G1 — Brasília
Grupo de índios se concentra na sede do governo de transição para pedir audiência com governo Bolsonaro — Foto: Guilherme Mazui, G1
Líderes de povos indígenas foram nesta quinta-feira (6) à sede do governo de transição, em Brasília, pedir uma audiência com a equipe de transição do governo de Jair Bolsonaro. O grupo de índios quer cobrar que a Fundação Nacional do Índio (Funai) permaneça vinculada ao Ministério da Justiça no futuro governo.
Até a última atualização desta reportagem, os indígenas ainda não haviam conseguido garantir uma conversa com o governo de transição. O grupo está em Brasília para participar nesta tarde de encontro do Fórum dos Conselhos de Saúde Indígena.
Nesta semana, o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, chegou a dizer que Bolsonaro cogitava transferir a fundação responsável pela assistência dos povos indígenas para o Ministério da Agricultura, que cuida dos interesses do agronegócio.
De acordo com Kretã Kaingang, integrante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o grupo de líderes indígenas pretende entregar um documento para Bolsonaro ou para algum integrante da equipe de transição para, entre outros pontos, formalizar a permanência da Funai sob o guarda-chuva do Ministério da Justiça.
Segundo os representantes dos índios, a pasta que será comandada a partir do ano que vem pelo ex-juiz Sérgio Moro é a única com preparo para lidar com os conflitos fundiários que marcam a relação dos indígenas com ruralistas. A Funai é responsável por promover e proteger os direitos de mais de 300 povos indígenas.
"Que pare essa especulação sobre a questão da Funai [...] A gente quer que pare. Nenhum ministério é preparado para lutar com conflitos fundiários, nenhum desses ministérios está preparado e nenhum ministro está preparado”, declarou Kretã.
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