Padre Geovane Saraiva*
*Pároco de Santo Afonso, Jornalista, Blogueiro, Escritor e Colunista, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com
O seguidor
de Jesus de Nazaré alimenta sua esperança, não em si mesmo, não na criatura
humana e também não nos bens temporais, mas fundamenta-a, evidentemente, no
Cristo, que por ele e por todos morreu e ressuscitou. Ele alimenta, pela fé, a
esperança de um mundo solidário, no qual as pessoas possam viver com dignidade,
alimentadas pelo clarão do bom senso e da sabedoria, que brota de um Deus todo
misericordioso e comunhão.
Como é indispensável
o resumo da vida de Jesus, nas quatro bem-aventuranças do Evangelho do 6º
Domingo do Tempo Comum! Ele nos indica o caminho, único e verdadeiro, encarnado
no bem-aventurado, acima de tudo e de todos, Jesus de Nazaré, ao prometer-nos a
felicidade completa, já neste mundo presente, mas que será total na sua
plenitude no mundo futuro.
É o
mistério exprimível da realidade escatológica, que nos leva a descruzar os
braços, no acolhimento do anúncio do Evangelho, na dor da cruz, transformada em
alegria, nos que passam fome e recebem do Filho de Deus a promessa de serem
saciados (cf. Lc 6, 20-23). Tá muito claro que a bem-aventurança eterna se
identifica com o Cristo servidor, perseguido, odiado, insultado, ultrajado e
excluído, concreto, naqueles que se dispõem a abraçar, na fidelidade e
generosidade, sua causa ou projeto de amor do Pai.
Miguel
Cervantes (1547-1616), poeta, dramaturgo, grande romancista e maior escritor
espanhol, em seu clássico da literatura ocidental e obra-prima “Dom Quixote”,
nos estimula no sentido de jamais perder a coragem de lutar e viver de bem com
a vida, na seguinte afirmação: “Quem perde seus bens perde muito; quem perde um
amigo perde mais; mas quem perde a coragem perde tudo”. Aos olhos de Deus é a
esperança do encontro beatífico e sagrado, quando a criatura humana participará
da promessa divina, na certeza da feliz recompensa.
Deus nos dê
a graça de vivermos contentes e esperançosos, porque o Senhor, verdadeiramente
fiel às suas promessas, por sua graça, nos faz perseverantes em nossos bons
propósitos, até que chegue aquele momento: o do inteiro cumprimento prometido.
Ele será o acabamento final da história e do mundo, onde lamentos, dores e
angústias serão substituídos por alegrias, glórias e louvores, naquilo que
afirma São João: “Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes
a ele, porque o veremos tal como ele é” (cf. 1 Jo 3, 2). Amém!
*Pároco de Santo Afonso, Jornalista, Blogueiro, Escritor e Colunista, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com
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