terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

As exigências concretas das vítimas da Igreja

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Presidentes das comissões episcopais do todo mundo estarão no Vaticano para tratar dos casos de abusos.
As vítimas do clero exigem medidas concretas em termos de proteção infantil contra a pedofilia dentro da Igreja, como a abertura de várias comissões de investigação
As vítimas do clero exigem medidas concretas em termos de proteção infantil contra a pedofilia dentro da Igreja, como a abertura de várias comissões de investigação (AFP/Arquivos).

As vítimas do clero exigem medidas concretas em termos de proteção infantil contra a pedofilia dentro da Igreja, como a abertura de várias comissões de investigação.

Antes da reunião dos presidentes das comissões episcopais do mundo inteiro no Vaticano, convocada de 21 a 24 de fevereiro pelo papa Francisco, veja quais são as exigências:

Expulsão imediata dos agressores e seus protetores
"A tolerância zero para o abuso sexual perpetrada pelo clero deve ser escrita na lei universal da Igreja antes do final da reunião" e esta obrigação deve ser aplicada globalmente, deseja a ECA ("Ending clerical abuse", uma organização de defesa das vítimas em 17 países.
É preciso "expulsar todo bispo ou cardeal envolvido na cobertura de agressões sexuais do clero", afirma a associação americana Snap ("Survivors network of those abused by priests", rede de sobreviventes de agressões sexuais por padres). Isso também deve ser aplicado aos superiores das ordens religiosas e a toda pessoa que ocupe cargo de responsabilidade em uma igreja, precisa ECA.
Definir a agressão sexual contra menores
"Uma definição clara" da agressão sexual contra menores é necessárias para ajudar os líderes da Igreja, diz Marie Collins, vítima irlandesa que fez parte da comissão de combate à pedofilia do Vaticano antes de renunciar em 2017. Ela critica "uma lei canônica vaga, que fala de 'delitos contra o sexto mandamento do decálogo'", acrescentando: "Esta não é uma definição clara".
Acabar com o segredo
Sacerdotes culpados de agredir crianças devem ser incluídos em um "registro público", exige ECA. A organização também pede "uma comissão da verdade independente no Vaticano" para tornar públicos os arquivos da Igreja, começando com os da Santa Sé.
"Os bispos de todo o mundo devem ser forçados a submeter seus casos à justiça civil para investigações independentes sobre o tratamento dos casos de agressões sexuais do clero", sugere Snap.
 "Qualquer condenação de membros da Igreja deve ser tornada pública", especificando claramente a natureza do crime e da punição, deseja Marie Collins.
Debater o celibato
Pesquisadores de universidades alemães, que revelaram em setembro de 2018 em um relatório encomendado pelo episcopado agressões sexuais a milhares de crianças durante décadas na Alemanha, quer estudar a possível correlação do celibato dos padres. O presidente da conferência episcopal alemã, Reinhard Marx, também encoraja uma discussão transparente e sem tabu sobre o celibato.
O Vaticano deve introduzir o celibato voluntário e não mais obrigatório para os padres, propôs de forma mais decisiva a Comissão Real de Inquérito sobre Respostas Institucionais ao Crime de Pedofilia na Austrália (dezembro de 2017).

AFP

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