Padre Geovane Saraiva*


Pensemos,
pois, nas cinzas – matéria tão leve, mas que se dispersa num sopro – que são colocadas
nas cabeças dos fiéis seguidores, que buscam Jesus de Nazaré! Elas nos revelam
que não somos nada, como nos dizem as palavras do Livro Sagrado: “Minha
existência, perante Ti, Senhor, é como um nada” (Sl 39, 6). Assim sendo, ante
essa indizível verdade, o orgulho humano é convidado a declinar e a
desfazer-se, transformando-se em fragmentos ou migalhas, na apropriação dos
incomparáveis bens ou dons de Deus.
Comovidos
por nossa própria humildade, oriunda de um Deus terno e afável, numa viva
esperança, a Igreja convida os seus filhos, neste tempo favorável e de graça, a
inclinar a fronte para acolher as cinzas, num visível sinal de humildade, num
pedido de perdão pelos seus pecados e pelos de toda a humanidade, na certeza de
que Deus quer a conversão interior dos irmãos de boa vontade, respondendo, não
só com súplicas e louvores, mas, sobretudo, com o coração aberto, lembrando que
todos são chamados a mergulharem no mistério do amor de Deus.
Nos
caminhos do referido mistério, aplacados por nossas boas obras, é importante
não prescindir da inclusão de tal prática para todas as pessoas necessitadas de
conversão, inclusive as mais virtuosas, muitas vezes tidas como puras e santas,
mas que necessitam igualmente de conversão, próximas destas verdades: seu nada,
sua condição vulnerável e sua realidade mortal. Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, Jornalista, Blogueiro, Escritor e Colunista, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com
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