terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Obras de Mozart e Bruckner abrem temporada 2019 dos corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado

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Concertos contarão com a participação de quatro solistas convidados.
Orquestra Sinfonica e Coral Lirico de Minas Gerais.
Orquestra Sinfonica e Coral Lirico de Minas Gerais. (Paulo Lacerda/ FCS/ Divulgação).

A Fundação Clóvis Salgado dá início à temporada 2019 de concertos dos corpos artísticos com duas das obras mais emblemáticas dos compositores austríacos Wolfgang Amadeus Mozart e Anton Bruckner. O Coral Lírico e a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais apresentam, sob a regência de Silvio Viegas, Missa da Coroação, de Mozart, e Te Deum, de Bruckner. Os concertos contarão, também, com a participação de quatro solistas mineiros: Deborah Burgarelli (soprano), Aline Lobão (mezzosoprano), Lucas Damasceno (tenor) e Mauro Chantal (baixo).

A abertura da temporada acontece em duas edições especiais da série Sinfônica e Lírico ao Meio-dia, na terça-feira (19) e na quarta-feira (20). Para as apresentações, o maestro Silvio Viegas convidará algumas pessoas da plateia para ocuparem cadeiras estrategicamente posicionadas no palco e assistirem ao concerto perto dos músicos. Trata-se do projeto De Dentro do Palco, iniciativa do maestro que tem o objetivo de aproximar as pessoas da música erudita.

Missa da Coroação dará início aos concertos e é considerada uma das principais missas breves de Mozart. Acredita-se que foi apresentada durante a coroação de Francis II como imperador romano em 1792 e, em contexto litúrgico, a obra foi tocada no Vaticano em 1985 durante missa rezada pelo Papa João Paulo II. Já na segunda parte do concerto a OSMG, o CLMG e os solistas interpretarão Te Deum, hino composto para quatro solistas, coro, orquestra e órgão, considerado por Bruckner o grande orgulho de sua vida.

De acordo com Silvio Viegas, o programa da abertura se caracteriza por grandes obras sinfônico-corais de compositores notáveis da música erudita mundial. “Desde que assumi a titularidade da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, minha maior preocupação foi dar personalidade à nossa programação. O diferencial da Fundação Clóvis Salgado é possuir uma Orquestra, Coral e Cia. de Dança profissionais, e por isso, sempre privilegiamos obras sinfônico-corais na abertura de temporada”, comenta o maestro, que abriu a temporada de 2016 com Requiem, de Verdi, em 2017 com 9ª Sinfonia, de Beethoven, e em 2018 com a Cantata Alexander Nevsky, de Prokofiev. “Nesta temporada, depois de passarmos pela Itália, Alemanha e Rússia, voltamos para os austríacos, com uma das mais populares missas de Mozart e, para completar o programa, a principal obra sinfônico-coral de Bruckner”.

Outro diferencial apontado pelo maestro é a valorização de solistas de Minas Gerais. “O quarteto que acompanha a Orquestra e o Coral nesta abertura de temporada é composto inteiramente por mineiros que moram no estado. Sempre buscamos dar espaço para pessoas da nossa terra, e me deixa muito feliz ver jovens mineiros com muita qualidade técnica e disposição para subir no palco e participar dos concertos”, celebra Viegas, que espera, em 2019, continuar oferecendo oportunidades para jovens solistas de Minas Gerais. “Quero que a OSMG seja uma oportunidade para a revelação de novos talentos e que continuemos com repertório cada vez mais diversificado, fomentando a cultura no estado e no país”, finaliza.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Nasceu em Salzburg, na Áustria. Faleceu precocemente, aos 35 anos. Foi um compositor influente do período Clássico, tendo composto mais de 600 obras publicadas, tidas como referências da música Sinfônica. Compôs ainda concertos, óperas e obras para piano e música de Câmara. Johann Chrisostomus Wolfgang Amadeus Mozart, mais conhecido como Amadeus Mozart, destaca-se pela sua precoce genialidade que é apontada como o maior prodígio da história da música. Dedicou-se a óperas e produziu obras que são hoje consideradas as melhores de todos os tempos, entre elas,Idomeneo (1781), O Rapto no Serralho (1782), As Bodas de Fígaro (1786), Don Giovanni (1787), Cosi fan Tutte (1790), A Clemência de Tito (1791) e A Flauta Mágica, sua obra mais conhecida, também de 1791, criada a partir de uma história oriental de contos de fadas. Além dessas, Mozart compôs ainda 27 concertos para piano de 26 quartetos para cordas.

Anton Bruckner (1824-1896) – Nasceu em 4 de setembro de 1824 em Ansfelden, na Áustria. Filho de um professor da escola que tocou o órgão da igreja, Bruckner foi autodidata. Seu primeiro trabalho, uma missa de réquiem, é do ano de 1849. Com profundas convicções religiosas, em 1851 começou seu trabalho como organista no mosteiro de St. Florian perto de Ansfelden, e em 1856 na Catedral de Linz. Compôs outras oito sinfonias, além de trabalhos sagrados, orquestrais, corais, de órgão e piano, ganhando vários prêmios, bem como uma pensão para o resto de seus dias. Bruckner não ouviu uma única nota de Wagner até a idade de 40 anos. Foi quando ele participou de uma temporada de Tannhäuser e, a partir desse momento, sua vida mudou por se tornar um fervoroso wagneriano. Involuntariamente envolveu-se em brigas violentas entre wagnerianos e anti-wagnerianos que abalaram os últimos trinta anos do século XIX.

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais é uma das mais ativas orquestras do país, tendo sido declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais. Em constante aprimoramento, cumpre o papel de difusora da música erudita a partir da diversidade de sua atuação: óperas, concertos e apresentações na capital e interior do Estado. Além dos Concertos no Parque, Sinfônica ao Meio-dia e Sinfônica em Concerto, merece destaque o reconhecido programa Sinfônica Pop, que convida artistas da música popular brasileira para se apresentarem com a orquestra. Seu atual regente titular é o maestro Silvio Viegas, que foi antecedido por nomes como Wolfgang Groth, Sérgio Magnani, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Aylton Escobar, Emílio de César, David Machado, Afrânio Lacerda, Holger Kolodziej, Charles Roussin, Roberto Tibiriçá e Marcelo Ramos.

Silvio Viegas – Regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, é professor de Regência na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi Diretor Artístico da Fundação Clóvis Salgado – Palácio das Artes, em Belo Horizonte, de 2003 a 2005; maestro titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro de 2008 a 2015 e diretor artístico interino do mesmo teatro de 2011 a 2012. Desde o início de sua carreira, tem se destacado pela atuação no meio operístico, regendo títulos como O Navio Fantasma, L’Italiana in Algeri, O Barbeiro de Sevilha, Don Pasquale, Così fan Tutte, Le Nozze di Figaro,A Flauta Mágica, Carmen, Cavalleria Rusticana, Romeu e Julieta, Lucia di Lammermoor, Il Trovatore, Nabucco, Otello, Falstaff,Salome, La Bohème e Tosca. Como convidado, esteve à frente da Orquestra da Arena de Verona, Sinfônica de Roma, Sinfônica de Burgas (Bulgária), Sinfônica do Festival de Szeged (Hungria), Orquestra do Algarve (Portugal), Sinfônica Brasileira (OSB), Teatro Argentino de La Plata (Argentina), Filarmônica de Montevidéu e Sinfônica do Sodre (Uruguai), Amazonas Filarmônica, Petrobras Sinfônica, Sinfônica do Paraná, Sinfônica do Theatro São Pedro-SP, Orquestra do Teatro da Paz, Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, entre outras. Em 2001, obteve o primeiro lugar no Concurso Nacional “Jovens Regentes”, organizado pela Orquestra Sinfônica Brasileira, no Rio de Janeiro. Natural de Belo Horizonte, Silvio Viegas estudou regência na Itália e é mestre em regência pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais, tendo sido discípulo de Oiliam Lanna, Sérgio Magnani e Roberto Duarte.

Coral Lírico de Minas Gerais – Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais interpreta repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Além das temporadas de ópera da Fundação Clóvis Salgado, participa das séries Lírico ao Meio-dia, Lírico em Concerto, Lírico Sacro e Sarau no Café. Em sua trajetória, o Coral Lírico de Minas Gerais teve como regentes os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu Miranda Gomes, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Silvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda, Márcio Miranda Pontes e Lincoln Andrade. Atualmente, sua regente titular é Lara Tanaka.

Aline Lobão (mezzosoprano) – Premiada nos Concursos "Jovens Solistas" da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais nas edições 2012 e 2013, "Segunda Musical" em 2006 e 2014, conquistou o prêmio "Ópera - Il Barbieri di Siviglia” no Concurso Maria Callas. Recebeu orientações de Carolina Faria, Eiko Senda, Lorena Espina, Raminta Lampsatis, Eliane Coelho, Sérgio Anders, Mauro Chantal e Marisa Simões. Seu repertório operístico inclui "Rosina" (Il Barbiere Di Siviglia, G.Rossini); Annio  e  Sextus (La Clemenza di Tito, W. A. Mozart);  Iacy (Poranduba, E. Villani Côrtes); Nicklausse (Os contos de Hoffmann, Offenbach);  Malcolm  (La Donna del Lago, G. Rossini);  Klara (Bodas no Monastério, S. Prokofiev); Nerone (L'Incoronazione di Poppea, C. Monteverdi), Stephano (Romeu e Julieta, C. Gounod), entre outros. Foi aluna da Academia de Ópera do Theatro de São Pedro, quando recebeu orientações da professora Luisa Giannini e do maestro André dos Santos.

Deborah Burgarelli (soprano) – Mineira de Belo Horizonte, a mezzosoprano Deborah Burgarelli iniciou seus estudos com a professora Aline Araújo e o maestro Lukas D’oro. Cursa Bacharelado em Música com habilitação em Canto, sob a orientação dos professores Petrônio Duarte e Sérgio Anders, na Universidade do Estado de Minas Gerais. Foi integrante do Coral Lírico de Minas Gerais entre 2014 e 2015. Atuou como solista nas obras: Requiem, de Mozart; Fantasia Coral, de Beethoven; Oratório Noël, de Camille Saint-Saëns; e nas óperas L’incoronazione di Poppea, como Ottavia; Dido e Enéias, como Dido; e Albert Herring, como Florence Pike. Atualmente, é orientada pelo Professor Eduardo Abumrad e integra a Academia de Ópera do Theatro São Pedro (SP), sob a coordenação do maestro André dos Santos.

Lucas Damasceno (tenor) –  Natural de Juiz de Fora (MG), iniciou seus estudos de música aos 6 anos de idade no Centro Cultural Pró-Música. Estudou no Conservatório Estadual de Música Haidée França Americano e na Universidade Federal de Juiz de Fora. Participou do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora entre 2000 e 2014. Atuou no Festival Europeu Eurochestries em Charente-Maritime, na França, em 2009, e, em Quebec, Canadá, em 2012. Bacharel em violino pela UFMG, sob orientação do professor Edson Queiroz de Andrade, retornou à universidade em 2017 como aluno de canto na classe do professor Mauro Chantal. Integra o Coral Ars Nova desde 2016 sob regência de Lincoln Andrade.  Atuou como solista na ópera Porgy and Bess, produzida pela FCS em 2017.

Mauro Chantal (baixo) – Pianista e cantor, Mauro Chantal é doutor em Música pela UNICAMP, onde desenvolveu pesquisa sobre a ópera A Ceia dos Cardeais, de Arthur Iberê de Lemos (1901 – 1967), sob orientação de Adriana Giarola Kayama.  Iniciou seus estudos de canto com Vânya Soares. Sob orientação de Lucas Bretas, tornou-se mestre em Música pela UFMG, com pesquisa sobre o maestro e compositor Carlos Alberto Pinto Fonseca. Integrou o Ars Nova – Coral da UFMG, o Coral Lírico de Minas Gerais e os coros da OSESP. Na Fundação Clóvis Salgado, participou das seguintes montagens líricas: Il Guarany (2002), Die Zauberflöte (2006), Pelléas et Mélisande (2008), Macbeth (2009), La Traviata (2010), Rigoletto (2014), Il Guarany e Romeo et Juliette (2016), La Traviata (2018), as três últimas regidas pelo maestro Silvio Viegas. Mauro Chantal é docente na Escola de Música da UFMG, onde atua nos cursos de graduação e pós-graduação.

Sinfônica e Lírico ao Meio-dia - Abertura de Temporada

Data: 19 e 20 de fevereiro (terça e quarta-feira)

Horário: 12h

Entrada gratuita

Local: Grande Teatro do Palácio das Artes

Endereço: Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte

Informações para o público: (31) 3236-7400



PROGRAMA

Missa da Coroação
Mozart
Kyrie eleison
Gloria
Credo
Sanctus e Hosana
Benedictus
Agnus Dei 

Intervalo

Te Deum
Bruckner
Te Deum laudamus
Te ergo
Aeterna fac
Salvum fac
In te, Domine, speravi


Fundação Clóvis Salgado

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