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Desde que chegou ao país, a Companhia de Jesus tem contribuído para a formação cultural do povo brasileiro, sobretudo por meio da educação.
A missão dos jesuítas se configura, segundo a dinâmica do amor e do serviço, na busca por discernir, em todas as coisas, a vontade de Deus (Karine Viana/Palácio Piratini)
“Tomai, Senhor, e recebei toda a minha liberdade,
minha memória, minha inteligência e toda a minha
vontade, tudo o que tenho e possuo.
De vós recebi, a vós, Senhor, restituo. Tudo é vosso;
disponde de tudo inteiramente, segundo a vossa vontade.
Dai-me o vosso amor e graça, que esta me basta”
Santo Inácio de Loyola
Por Felipe Magalhães Francisco*

Desde sua chegada ao solo brasileiro, em 29 de março de 1549, nesta sexta-feira a exatos 470 anos, os jesuítas têm contribuído para a formação cultural do povo brasileiro, sobretudo por meio da educação, tal como registra a História do Brasil. História, aliás, eminentemente marcada pela influência e participação da Companhia de Jesus. No que diz respeito à teologia, os jesuítas assumem a vanguarda do pensamento teológico e muito têm contribuído para a formação de bons quadros no clero católico, bem como para a formação de leigos e leigas, com perspectivas de uma formação ecumênica e dialógica.
No atual cenário do Brasil, perspectivas importantes se abrem para a missão jesuíta. A teologia precisa continuar na vanguarda, contribuindo para a solidez da fé de cristãos e cristãs, quando a tendência à alienação e à infantilização da experiência religiosa nos conduz ao obscurantismo da fé. A espiritualidade inaciana, por meio dos Exercícios Espirituais, é uma fonte a ser considerada como alternativa fecunda e profunda de encontro com o Mistério de Páscoa de Cristo, quando vigoram tendências psicologizantes e intimistas de religiosidade. O trabalho com as juventudes tem influenciado de maneira bastante positiva a formação de pessoas responsáveis e com consciência cidadã: a ampliação do alcance desse trabalho se abre como perspectiva, num cenário cultural de perda de sentido. Por fim, a educação continua sendo uma questão urgente em nosso país, e o papel da Companhia de Jesus, nesse contexto, é de fundamental importância, na garantia de uma educação com fins humanísticos.
Adentrando mais na temática da importância da presenta jesuíta no Brasil, nossos colaboradores nos oferecem três artigos, neste Dom Especial. No primeiro artigo, Ousaram ir onde ninguém ia, Paulo Veríssimo de Araújo Filho retoma a história da Companhia de Jesus no Brasil, em perspectiva celebrativa e de ação de graças.Com fé no futuro: a Restauração e o retorno dos jesuítas ao Brasil, de Alan Calvante, aborda a inspiração pontifícia a nortear a missão jesuíta, sobretudo no tocante à educação. Carlos César propõe o terceiro e último artigo: Os jesuítas: Passado e Presente em perspectiva, no qual elucida que o papel dos jesuítas é viver sua missão, segundo aos apelos próprios que a realidade suscita, para maior glória de Deus e salvação do mundo.
Boa leitura!
*Felipe Magalhães Francisco é teólogo. Articula a Editoria de Religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015). E-mail: felipe.mfrancisco.teologia@gmail.com.
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