quarta-feira, 13 de março de 2019

Após polêmica, Lava Jato recua e pede suspensão de fundação bilionária

Thais Reis Oliveira  POR THAIS REIS OLIVEIRA   12 DE MARÇO DE 2019


Força-tarefa optou por discutir ‘soluções alternativas’ diante do debate social sobre o destino dos recursos
Diante da polêmica em torno do fundo que daria à força-tarefa da Lava Jato o poder de decidir o destino de uma multa bilionária da Petrobras, os procuradores de Curitiba recuaram, ao menos por enquanto, da criação de uma fundação.
Foi protocolado nesta terça 12 um pedido para que o processo de criação da entidade seja suspenso. De acordo com o Ministério Público Federal, “diante do debate social existente sobre o destino dos recursos”, os procuradores optaram por discutir com outros órgãos “soluções ou alternativas que eventualmente se mostrem mais favoráveis para assegurar que os valores sejam usufruídos pela sociedade brasileira.”

➤ Leia também: O que você precisa saber sobre a “fundação” da Lava Jato

Ainda conforme o texto, a força-tarefa da Lava Jato e o MPF do Paraná “vêm mantendo tratativas com a Advocacia-Geral da União e a Petrobras” e que o Tribunal de Contas da União e a Controladora Geral da União também serão consultados.

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Entenda o caso
O valor, depositado em janeiro, continuará na conta judicial vinculada à 13ª Vara Federal de Curitiba. A conta bancária já recebeu um aporte de 2,56 bilhões de reais, pagos graças a acordo que livrou a Petrobras das pendências com a Justiça americana. As autoridades do país autorizaram, em setembro, que 80% do valor da multa fosse revertido ao Brasil.

Conforme o acordo firmando entre MP e Petrobras, metade desse dinheiro deveria destinado a erguer uma fundação privada, gerida pelos procuradores, cuja missão é reforçar “a luta da sociedade brasileira contra a corrupção”. A ideia era que a entidade fosse administrada por pessoas e organizações escolhidas pelos procuradores da Lava Jato em Curitiba.

A ideia foi mal recebida por juristas e criticada até dentro do Supremo Tribunal Federal pela falta de clareza e transparência na gestão dos recursos.


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