19 de março de 2019 por Esmael Morais


A imprensa francesa analisa nesta terça-feira (19) a visita do presidente Jair Bolsonaro (PSL) aos Estados Unidos como uma tentativa de obter algum ganho político. “Contestado em seu país, Bolsonaro busca fôlego na Casa Branca”, afirma a manchete do jornal Libération.
O diário considera que a viagem de bolsonaro aos Estados Unidos é realizada na tentativa de recuperação de sua imagem. Ao lado de Trump, o presidente brasieliro esperar obter concessões, como o apoio de Whashington à entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Citando expressões usadas pela imprensa brasileira, o Libé considera que o estilo “simplista, grosseiro e truculento” do líder pesselista não convence mais. O diário lembra as polêmicas recentes que Bolsonaro provocou no Twitter, como o compartilhamento de um vídeo onde dois homens praticam o “golden shower” durante o último Carnaval ou a difusão de falsas declarações atribuídas à repórter do jornal O Estado de São Paulo, Constança Rezende, envolvendo o site de notícias francês Mediapart.
O jornal Les Echos também trata da viagem do presidente brasileiro aos Estados Unidos. “Bolsonaro mostra sua proximidade com Trump” é o título da matéria assinada pelo correspondente do diário em São Paulo, Thierry Ogier.
Para Les Echos, o encontro com Trump na Casa Branca, três meses depois da chegada de Bolsonaro ao poder, “já é uma forma de consagração para mostrar ao mundo inteiro que ele pode brincar no pátio das crianças maiores”, ironiza. Desde que chegou a Washington, Jair Bolsonaro já se reuniu com representantes da direita populista americana, declarando que o “antigo comunismo não pode mais imperar”. Segundo o diário, esse é um claro alinhamento à política americana anti-Venezuela.
Com a visita, Les Echos avalia que Bolsonaro quer também mudar sua reputação no exterior. O jornal lembra que, na semana passada, em um encontro com alguns jornalistas brasileiros, o presidente reclamou que a imprensa estrangeira fala dele como se fosse “um racista, homofóbico e ditador”. Para tentar melhorar essa imagem, Les Echos publica que Bolsonaro vai substituir 15 embaixadores, inclusive em Paris e em Washington.
*Com informações da Rádio France Internacional
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