Evo Morales / Crédito: Flickr Alain Bachellier (CC BY-NC-ND 2.0)
SUCRE, 16 Abr. 19 / 05:00 pm (ACI).- O Arcebispo de Sucre, Dom Jesus Juárez, manifestou que os adjetivos que enaltecem o presidente boliviano Evo Morales não correspondem às autoridades políticas; pelo contrário, o que eles fazem é "danificar a imagem" do mandatário.
Em uma coletiva de imprensa na segunda-feira, 15 de abril, Dom Juárez se referiu às palavras de prefeitos e vereadores do Movimiento Al Socialismo (MAS), partido do governo, que a poucos meses das eleições presidenciais enalteceram a figura do mandatário.
Assim, durante uma atividade do município de Tacopaya (Cochabamba), o prefeito Felipe Sánchez agradeceu a Evo Morales por ser "uma bênção de Deus".
"Deus mandou você para salvar a Bolívia e fazer a diferença na Bolívia, e não fazer a diferença apenas em nível nacional, como também em nível internacional, rompemos barreiras”, expressou Sánchez segundo o site Página siete.
Por sua vez, o prefeito de Achocalla, em La Paz, Dámaso Ninaja, se ajoelhou diante do presidente da Bolívia para pedir financiamento de alguns projetos e se referiu a Morales como um "gênio" e "o papai".
O presidente da câmara municipal de Shinahota, Raúl Cruz, também expressou que Morales deveria governar "não apenas até 2025, mas até que Deus queira".
Diante desta situação, o Arcebispo de Sucre expressou que, se quiserem "prejudicar a imagem do senhor presidente, continuem usando esses adjetivos qualitativos que só correspondem a uma divindade e não correspondem às autoridades políticas".
"As autoridades políticas são servidoras, o único Salvador é Jesus Cristo, o único Redentor com sua paixão e morte é Jesus Cristo", lembrou Dom Juárez.
"Se alguém quiser ser um bom servidor público, tem que ser primeiro o servidor de todos, o último na comunidade” e, “se alguém diz que é cristão, que é católico, que coloque em prática os ensinamentos de nosso Salvador”, acrescentou.
Em contrapartida, para o senador da Unidade Nacional, Arturo Murillo, as expressões só respondem a um "instinto de sobrevivência" para buscar a reeleição ou assegurar cargos políticos.
Apesar do referendo constitucional de 21 de fevereiro de 2016, que rejeitou a participação de Evo Morales nas eleições para um quarto mandato consecutivo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disse o contrário.
Em dezembro de 2018, o TSE autorizou os candidatos do partido no poder, Morales e seu atual vice-presidente, Álvaro García, a concorrerem nas eleições presidenciais e parlamentares de 20 de outubro de 2019.
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