quinta-feira, 4 de abril de 2019

Para Centrão, Guedes não conseguiu votos para Previdência: 'Massacrado'

domtotal.com
Deputados do Centão avaliam que 'massacre da oposição' superou as explicações de Guedes na CCJ.
Na CCJ, ministro Paulo Guedes foi bombardeado pela oposição
Na CCJ, ministro Paulo Guedes foi bombardeado pela oposição (Cleia Viana/Câmara dos Deputados)
Parlamentares do chamado Centrão avaliaram que a atuação do ministro da Economia, Paulo Guedes, na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), nesta quarta-feira (3), se deu dentro do que era previamente esperado. A avaliação é de que o ministro não conseguiu surpreender a ponto de angariar votos para a reforma da Previdência, em grande parte pela desarticulação do governo.

"O governo não tinha base para blindar o ministro, que ficou sendo massacrado pela oposição. A gente já esperava que isso iria acontecer. Faltou articulação", afirmou o líder do DEM, Elmar Nascimento (BA).

No mesmo sentido, o líder do PRB, Jhonatan de Jesus (RR), afirmou que a atuação do ministro não foi suficiente para convencer nem mesmo parlamentares da possível base aliada. "Nem ajudou a convencer e nem definiu voto, porque o que define voto é a negociação de uma proposta com o Congresso e não a imposição de um texto já pronto", disse.

Para o deputado, a ida de Guedes à comissão não demonstrou necessariamente uma disposição de diálogo com o Congresso. "Ele só veio porque, se não, teria sido convocado e seria pior para ele", disse.

Guedes ficou por mais de seis horas respondendo perguntas dos deputados na tarde de quarta. O ministro, porém, acabou participando de vários bate-bocas com a tropa de choque da oposição e não viu uma base aliada capaz de defendê-lo.

Com isso, o primeiro teste político do ministro acabou em briga e troca de palavrões, após provocações do deputado Zeca Dirceu (PT-PR), que acusou Guedes de ser "tigrão" com os aposentados, idosos de baixa renda e agricultores, mas de ser "tchutchuca" com os privilegiados do Brasil.

Durante a sessão, Guedes defendeu o modelo de capitalização para as aposentadorias. No caso do BPC e da aposentadoria rural, os pontos mais polêmicos da proposta, Guedes admitiu a retirada deles do texto.

Agência Estado

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