terça-feira, 28 de maio de 2019

A migração na Europa em números


Para 2019, a OIM registrou cerca de 18.000 chegadas na UE de janeiro a meados de abril.


Imigrantes resgatados no Mediterrâneo desembarcam em Valletta, Malta.
Imigrantes resgatados no Mediterrâneo desembarcam em Valletta, Malta. (AFP)
A questão migratória é um dos temas-chave da campanha eleitoral europeia, tendo alimentado inúmeras controvérsias em toda a legislatura passada. Do número de estrangeiros nos 28 países da UE à evolução dos pedidos de asilo, veja os números para esclarecer o debate.
Estrangeiros
No total, cerca de 7,5% dos mais de 510 milhões de habitantes da UE não tinha a nacionalidade de seu país de residência em 1º de janeiro de 2017, segundo dados do escritório europeu de estatísticas Eurostat.
Entre eles, 21,6 milhões de pessoas (4,2%) tinham a nacionalidade de um país terceiro, ou seja, de fora da UE. E 16,9 milhões tinham a nacionalidade de um outro país da União.
A Alemanha era o país com o maior número de "não-nacionais" (9,2 milhões), à frente do Reino Unido (6,1), da Itália (5) e da França (4,6).
Proporcionalmente à sua população, o Luxemburgo foi o país com o maior número de estrangeiros (48%). E a Polônia e a Romênia os países com o menor número (0,6%).
Vistos de residência
Os países da UE podem acordar vistos de residência a cidadãos de países terceiros por razões de emprego, educação ou ainda em caso de solicitação de asilo.
Um total de 3,1 milhões de novos vistos foram emitidos em 2017, segundo a Eurostat. O maior número foi acordado pela Polônia (683.000), seguido de Alemanha (535.000), Reino Unido (517.000) e França (250.000).
Em 2017, os ucranianos foram os cidadãos de fora da UE que obtiveram o maior número de vistos de residência (662.000), à frente dos sírios (223.000) e dos chineses (193.000).
Crise migratória
Em 2015, a UE experimentou um fluxo sem precedentes de migrantes via Mar Mediterrâneo, principalmente fugindo da guerra e da insegurança.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), houveram mais de um milhão de migrantes, incluindo mais de 850.000 via Grécia, principalmente da Síria (56%), Afeganistão (24%) e Iraque (10%).
Mas, desde então, as chegadas à UE diminuíram de forma constante. Em 2016, o total caiu para 363.000 por mar, além de mais de 20.000 por rotas terrestres.
As chegadas totais na UE, por rotas marítimas e terrestres, caíram novamente em 2017 (para 187.000) e 2018 (para 144.000), o ano em que a Espanha se tornou a principal porta de entrada (65.000 chegadas).
Para 2019, a OIM registrou cerca de 18.000 chegadas na UE de janeiro a meados de abril.
Solicitações de asilo
Os países da UE registaram 580.800 novos pedidos de asilo em 2018, o que representa menos de metade do "pico" histórico de 2015 (1,26 milhão). Os sírios (80.900) permaneceram entre os que mais apresentaram pedidos, de acordo com a Eurostat.
Os afegãos (41.000) e iraquianos (39.600) aparecem em segundo e terceiro lugares, respectivamente, à frente de paquistaneses, iranianos, nigerianos e turcos.
Na França, os principais requerentes em 2018 foram os afegãos, à frente dos albaneses e georgianos.
Após o recorde de 2015, o número de pedidos de asilo na UE permaneceu em um nível semelhante em 2016 (quase 1,2 milhão), antes de começar a cair significativamente a partir de 2017.
Asilo concedido
As demandas estão longe de alcançar uma resposta positiva.
Em 2018, os países da UE concederam proteção a cerca de 333.000 requerentes de asilo, segundo a Eurostat. Esse número representa 40% menos que em 2017, quando as decisões positivas já haviam caído em 25% em relação a 2016.
Os principais beneficiários em 2018 foram os sírios (29% do total), à frente dos afegãos (16%) e dos iraquianos (7%). E os países que mais concederam asilo, incluindo o de "refugiado", foram a Alemanha (139.600), a Itália (47.900) e a França (41.400).
As "taxas de reconhecimento", isto é, respostas positivas aos pedidos de asilo, variam muito de acordo com a nacionalidade.
Uma grande maioria de sírios (88%) e eritreus (83%) obtiveram status de proteção em primeira instância em 2018. Isto é mais do que os afegãos (46%) e iraquianos (42%) e muito mais por exemplo, que malienses (27%), senegaleses (20%) ou albaneses (5%).
AFP

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