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Prefeito de Nova York ironiza
Democrata comemorou cancelamento de viagem de Bolsonaro, a quem chamou de homofóbico: 'seu ódio não é bem-vindo aqui'.
"O ataque de Jair Bolsonaro a direitos LGBTQ e seus planos destrutivos para o nosso planeta se refletem em líderes demais - incluindo no nosso país", disse prefeito de NY. (AFP Photo)
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, comemorou pelo Twitter o cancelamento da viagem do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) à cidade, onde ele receberia o prêmio Pessoa do Ano, organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Diversos patrocinadores cancelaram o apoio devido a presença do presidente brasileiro.
"Jair Bolsonaro aprendeu do jeito difícil que nova-iorquinos não fecham os olhos para a opressão. Nós expusemos sua intolerância. Ele correu. Não fiquei surpreso - valentões geralmente não aguentam um soco", escreveu ele, que completou o tweet da seguinte maneira: "Seu ódio não é bem-vindo aqui". Em um segundo tweet, de Blasio continuou a crítica: "O ataque de Jair Bolsonaro a direitos LGBTQ e seus planos destrutivos para o nosso planeta se refletem em líderes demais - incluindo no nosso país. TODOS devem se levantar, falar e lutar contra esse ódio temerário".
O ex-prefeito de São Paulo e candidato derrotado do PT à Presidência, Fernando Haddad, comentou também nas redes sociais a declaração do americano e elogiou De Blasio. O petista comentou no mesmo post de De Blasio.
"Querido Bill, orgulhoso de Nova York. Vamos nos livrar da intolerância cuidando das pessoas e do planeta", afirmou o petista.
Em entrevista a uma rádio, em abril, De Blasio já tinha afirmado que Bolsonaro não era bem-vindo à cidade e o chamou de racista, homofóbico e destrutivo.
Entenda a confusão
A homenagem ao presidente foi alvo de protestos e resistências nos Estados Unidos. Primeiro, o Museu de História Natural da cidade se recusou a ser sede para o evento. Depois, Bolsonaro foi alvo de críticas pelo prefeito de Nova York, Bill de Blasio. A Câmara de Comércio teve dificuldade em conseguir um lugar para realizar o evento, mas por fim havia reservado um espaço em um hotel da rede Marriott, próximo à Times Square.
Durante a última semana, ativistas de direitos LGBTQ passaram a pressionar empresas que patrocinam o evento a boicotar a premiação. Uma grande manifestação é preparada para acontecer no dia do evento.
Vários patrocinadores do jantar de gala em Nova York se retiraram do evento, enquanto aumentou a pressão de ativistas para que seja cancelado. A companhia aérea norte-americana Delta, o jornal britânico Financial Times e a consultoria Bain & Company confirmaram na tarde de sexta que retiraram seu patrocínio.
Manifestantes brasileiros e americanos de 12 grupos diferentes, incluindo vários ambientalistas e ativistas LGBT, protestaram contra Bolsonaro todas as noites em frente ao hotel Marriott Marquis na Times Square, no coração de Manhattan, onde será realizado o jantar.
Os ativistas lançaram uma nova petição, #CancelBolsonaro, para que o Marriott Marquis também boicote o evento. Promovida pelo senador estatal de Nova York Brad Hoylman, que é homossexual, já recolheu mais de 53.000 assinaturas.
"Ao acolher este evento, Marriott está dando a Bolsonaro uma plataforma que recompensa seu abominável comportamento", afirma a petição.
Nessa sexta-feira à noite, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse em nota que Bolsonaro cancelou a ida aos EUA por causa de protestos: “Em face da resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade”, disse.
Agência Estado, AFP e DomTotal
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