
Nesses tempos de relativizações e de obscuridades, a notícia de que 40% dos presos massacrados nas penitenciárias de Manaus (AM) não chocou quase ninguém.
Sem a presunção da inocência, aqueles jovens morreram nas quatro unidades prisionais sem a chance de provar que nada deviam –embora fosse obrigação do Estado provar que eram culpados. Mas todos eles eram inocentes até que o Poder Público provasse que tivessem cometido ilícito penal.
Dos 55 presos mortos, 22 eram provisórios e ainda aguardavam julgamento, de acordo com divulgação da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) do Amazonas.
No país que insistem em encarcerar sua juventude, de preferência pobres e pretos, são mais importantes as fofocas acerca do atacante Neymar do que esse massacre que traduz a tragédia humana nos presídios brasileiros.
Mas tudo bem. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, tem o projeto anticrime que antecipa o cumprimento da pena com condenação na segunda instância e que institui a delação premiada no varejo.
Se o objetivo do ex-juiz é ter a maior população carcerária do planeta, tálkey, ele está no caminho certo. Aí os massacres de inocentes, sem condenação, serão diários.
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