terça-feira, 18 de junho de 2019

Espanhol confirma que empresas brasileiras contrataram disparos pró-Bolsonaro no WhatsApp

Empresas, açougues, lavadoras de carros e fábricas brasileiros compraram software para impulsionar campanha do então candidato do PSL.


Jair Bolsonaro (foto) venceu Fernando Haddad no segundo turno das Eleições 2018.
Jair Bolsonaro (foto) venceu Fernando Haddad no segundo turno das Eleições 2018. (GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO)
O então candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi beneficiado por disparos em massa de mensagens políticas a seu favor nas Eleições 2018. Os disparos, realizados a pedido de empresas brasileiras que contrataram uma agência de marketing na Espanha, foram feitos via WhatsApp.
A informação é do jornal Folha de S. Paulo e foi obtida através de áudios do espanhol Luiz Novoa, dono da Enviawhatsapps. Ele diz que “empresas, açougues, lavadoras de carros e fábricas” brasileiros compraram seu software para mandar mensagens em massa a favor de Bolsonaro durante as eleições.
A prática é ilegal. Doações de empresas para campanha eleitoral são proibidas no Brasil, assim como doações não declaradas de pessoas físicas. De acordo com a legislação vigente no país, apenas as campanhas oficiais podem fazer contratação de impulsionamento de conteúdo eleitoral nas redes socais.  
Não há indícios de que Bolsonaro ou sua equipe soubessem que estavam sendo contratados esse tipo de serviço a favor do então candidato do PSL que disputava com Fernando Haddad, do PT, o segundo turno das eleições presidenciais do ano passado.
Na reportagem da Folha desta terça (18), Novoa afirma que não sabia que empresas usavam seu software para beneficiar candidatos e só tomou conhecimento disso após o próprio WhatsApp iniciar o corte de linhas de celulares.  
Folha mostrou, às vésperas do segundo turno, que o PT também usou o sistema de envio de mensagens em massa através da agência de publicidade digital Yacows, a mesma utilizada por empresários para disparar conteúdo anti-PT para divulgar conteúdo a favor de Bolsonaro.
No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a investigação sobre os disparos ilegais no WhatsApp contra a campanha de Fernando Haddad está parada. Ninguém foi ouvido até o momento.
Folha de S.Paulo/DomTotal.com

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