
BRASIL
10:33 13.06.2019URL curta15181
Ávido crítico da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Gilmar Mendes avaliou estar claro que o ex-juiz federal Sérgio Moro era o chefe da Operação Lava Jato, e que o procurador Deltan Dallagnol não passou de "um bobinho".
"O chefe da Lava-Jato não era ninguém mais, ninguém menos do que Moro. O Dallagnol, está provado, é um bobinho. É um bobinho. Quem operava a Lava-Jato era o Moro", afirmou Mendes em entrevista à revista Época.
O ministro do Supremo fez essa análise com base nos diálogos mantidos entre Moro e Dallagnol durante o andamento da operação, exposto no último domingo pelo The Intercept Brasil, cujo tom indicaria que julgador e acusação trabalhavam juntos contra investigados.
Um dos alvos centrais de Moro e Dallagnol, segundo o material divulgado pelo The Intercept Brasil, era o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso desde abril do ano passado em Curitiba, após ser condenado pelo então juiz federal no caso do triplex do Guarujá (SP).
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Novo trecho de conversa entre Moro e Dallagnol cita diálogo entre procurador e Luiz Fux, do STF |
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NELSON JR./SCO/STF
"Eu acho, por exemplo, que, na condenação do Lula, eles anularam a condenação", opinou Mendes, que liberou para análise, pouco depois dos vazamentos terem sido revelados pelo site, um pedido de habeas corpus da defesa do ex-presidente.
O ministro do STF, que mais de uma vez criticou os métodos da Força-Tarefa da Lava Jato em Curitiba, ainda avaliou que Moro – atual ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e possível indicado para uma vaga no Supremo em 2020 – cometeu ao menos um crime.
"Um diz que, para levar uma pessoa para depor, eles iriam simular uma denúncia anônima. Aí o Moro diz: ‘Formaliza isso’. Isso é crime", ressaltou Mendes.
Tanto Moro quanto Dallagnol já ressaltaram não verem qualquer problema nos diálogos publicados pelo The Intercept Brasil, focando a sua crítica ao fato de que autoridades tenham sido alvo de ataques de hackers, segundo versão dos envolvidos. A Polícia Federal investiga o caso.
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