Padre Geovane Saraiva*

Tudo a partir de um Deus lento em sentenciar a criatura humana, mas rico e apressado em oferecer seu perdão, que, na sua inesgotável sabedoria, perdura de geração em geração, indo de uma extremidade a outra da terra, governando-a com aquela suavidade e doçura, tão bem proclamada por Francisco de Assis.
Convençamo-nos, pois, de tal providência e de sua obra eterna, criadora e redentora, considerando-a, portanto, em todas as coisas de sua criação, de um Deus onipotente, que tudo pode e quer, como quer e quando quer, que, segundo o Livro Sagrado, assim se expressa: “Tudo o que lhe apraz, o Senhor realiza no céu, na terra, nos mares e abaixo da terra” (Sl 135, 6), sendo impossível ir contra as suas ações.
Dentro do contexto supramencionado, é conveniente pensar que as obras humanas, até as mais ínfimas, precisam de tempo e material, além de colaboração, exaustão e esgotamento. Já as obras de Deus, até as mais grandiosas e esplêndidas, num fechar de olhos ou instante, realizam-se pelo simples ato da sua divina vontade, de tão irrestrito e absoluto que é o nosso bom Deus, que numa só palavra e do nada se manifesta: “Dissestes e todas as coisas foram feitas... ninguém pode resistir à vossa voz” (Jdt 16, 14).
Conforta-nos a consciência de que as palavras humanas e com sons vazios, a se perderem no ar, são incomparáveis às divinas, que, ao ordenar, tudo passa a existir. Essa é a grande certeza de que Deus, por amor, nos colocou no mundo, que nos estende constantemente, segundo seu beneplácito, suas mãos sagradas, a nos guiar e orientar nossos passos. Que não fiquem dúvidas de que nele encontraremos o que nosso ser mais precisa: a paz, fruto de sua providência! Assim seja!
*Pároco
de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a Academia Metropolitana de
Letras de Fortaleza

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