O presidente Bolsonaro disse que contará um dia o que houve com o pai do presidente da Ordem do Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, desaparecido na ditadura militar.
“Um dia se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto para ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”, disse Bolsonaro.
“Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar às conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco, e veio a desaparecer no Rio de Janeiro”, complementou.
O pai de Felipe militou no movimento estudantil e participou da Juventude Universitária Católica (JUC). Depois ingressou na Ação Popular (AP), organização que fazia resistência à ditadura.
Fernando desapareceu em um encontro que teria no Rio de Janeiro, em 1974, com um colega militante, Eduardo Collier Filho, da mesma organização.
Segundo o livro “Direito à memória e à verdade”, produzido pelo governo federal, Fernando e o colega foram presos juntos em Copacabana por agentes do DOI-CODI-RJ em 23 de fevereiro daquele ano.
A declaração em que o presidente praticamente se diz cúmplice de um crime da ditadura foi dada em função do caso de Adélio Bispo. A OAB se opôs à quebra do sigilo telefônico dos advogados de Adélio, autor da facada em Bolsonaro.
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