Denúncia Dom Roque Paloschi após assassinato de líder indígena
O assassinato de um líder indígena do povo Wajãpi provocou a reação do presidente do CIMI, Dom Roque Paloschi, que acusou o governo Jair Bolsonaro de incentivar o extermínio dos povos indígenas; “esse governo não está enganando ninguém, a decisão mesmo é o extermínio dos povos originários", afirmou
Dom Roque Paloschi (Foto: Augusta Eulália Ferreira/CIMI)
Revista IHU Unisinos - O assassinato de um líder indígena do povo Wajãpi provocou a reação do Conselho Indigenista Missionário - Cimi, que em 28 de julho emitiu uma nota breve e contundente em que mostra “grande preocupação e pesar”, acusando o Presidente Bolsonaro e outros membros de seu governo de realizar "discursos de ódio e agressão", que de acordo com a nota "servem de combustível e estimulam a invasão, o esbulho territorial e ações violentas contra os povos indígenas em nosso país".
O episódio ocorreu no estado do Amapá, onde um grupo de mineiros, fortemente armados e acompanhados por cães pitbull, assassinaram o cacique Emyra Wajãpi, 68 anos, na aldeia Mariry, na última quarta-feira, um fato que foi conhecido neste último sábado. O cadáver do líder indígena, que voltava de visitar sua filha, foi encontrado no rio por sua esposa.
O Conselho Indigenista Missionário espera “medidas urgentes, estruturantes e isentas politicamente para identificar e punir, na forma da lei, os responsáveis pelo ataque”, além de combater a “invasão e esbulho possessório das terras indígenas no país”. Junto a isso, em uma denúncia que em muitos países causaria sérias consequências políticas, se exige ao presidente do país que "respeite a Constituição Brasileira e pare imediatamente de fazer discursos preconceituosos, racistas e atentatórios contra os povos originários e seus direitos em nosso país".
Nessa mesma linha, Dom Roque Paloschi, presidente do Cimi, afirmou que “esse governo não está enganando ninguém, a decisão mesmo é o extermínio dos povos originários, alimentando toda essa onda de violência com discursos de ódio, preconceito e, sobretudo, de desrespeito à própria Constituição”. O arcebispo de Porto Velho, afirmou com veemência que “os povos indígenas não pedem mais nada do que o respeito das leis”.
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