O atual ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro achava fraca a colaboração do delator petista, mas a tornou pública por questões políticas.
Russo comentou que embora seja difícil provar, ele é o único que quebrou a ormeta petista. (Rafael Marchante/Reuters)
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Mensagens trocadas por procuradores da Lava Jato, analisadas pela Folha de S. Paulo e o site The Intercept Brasil, indicam que o então juiz Sergio Moro levou em conta considerações políticas para divulgar, a apenas seis dias das eleições presidenciais de 2018, parte da delação do ex-ministro Antonio Palocci. Conforme as conversas, o ex-magistrado tinha dúvidas sobre as provas apresentadas pelo delator do PT. No entanto, a colaboração dele era tida como relevante por significar a quebra de vínculos que uniam os petistas desde o início das investigações.
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Segundo o procurador Paulo Roberto Galvão, em mensagens a colegas via Telegram, “Russo comentou que embora seja difícil provar, ele é o único que quebrou a ormeta petista”, se referindo a Moro e ao código de honra da máfia italiana. O acordo de delação de Palocci foi firmado com a Polícia Federal em março de 2018, após muitas críticas do Ministério Público Federal, que apenas se reconhecia como legítimo para firmar colaborações.
Tão logo a delação, ainda vazia de provas, tornou-se pública, ganhou destaque na mídia. Ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), à época, Moro negou a intenção de influenciar nas eleições. “Não deve o juiz atuar como guardião de segredos sombrios de agentes políticos de corrupção.”
Redação Dom Total
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