Padre Geovane Saraiva*
Deus é o maior aliado da criatura
humana, que é sua imagem e semelhança. O Senhor, por muitas vezes e em variadas
circunstâncias, se manifestou ao mundo, no amor inefável do Filho, Jesus de
Nazaré, amor esse restaurador e dadivosamente oferecido às pessoas de boa
vontade, mas de um modo todo especial, naquela contundente palavra da última
ceia: “Como o Pai me amou, assim eu vos amei; permanecei no meu amor” (Jo 15,
9). Disse também com toda a força: “O amor com que me amaste esteja neles e eu
mesmo esteja neles” (Jo 17, 26), revelando-nos todo um percurso do amor divino,
no do Pai unido ao Filho e no do Filho unido à pérola preciosa da criação:
mulheres e homens.
No mês de agosto, a Mãe Igreja,
sempre envolvida pelo mistério do supremo pastor, Jesus, sumo e eterno
sacerdote, quer uma resposta dos vocacionados, daqueles que são chamados a uma
missão específica, como ministros da Igreja ou consagrados de Deus pelos
conselhos evangélicos, em meio aos desafios do mundo. Este requer uma
consciência clara do absoluto de Deus, antevendo, pela fé, o caminho do
verdadeiro amor, ao apontar para o definitivo, a pátria celeste, mas pela
estrada da caridade, num amor ardoroso, no qual o verdadeiro guia, longe toda e
qualquer falácia desedificante ou fingimento traiçoeiro, é Jesus de Nazaré, que
abraçou um projeto esperançoso, fecundo e cheio de graça.
Na mesma inspiração do Apóstolo
Paulo, a de buscar as coisas do alto, que cresça a consciência nos
vocacionados, de que o chamado é dom de Deus, que quer uma resposta pessoal,
quando Ele espera um “sim”. Foi assim que Deus chamou Abraão, a ponto de
submetê-lo à prova, do qual obteve a resposta: “Aqui estou” (cf. Gn 22, 1). A
exuberante fé do Pai Abraão a vemos na resposta de Dom Helder Câmara, pelo dom
da entrega de sua vida, no pensamento por demais válido aos que são chamados:
“É graça divina começar bem, graça maior é persistir na caminhada, mas graça
das graças é não desistir nunca”.
Numa súplica fervorosa pelo dom
dos que procuram responder ao chamado do nosso bom Deus, que eles fixem na
mente e no coração a terna e afável imagem de Jesus de Nazaré, o Bom Pastor.
Pensemos, de uma vez por todas, naquilo que extasia e realiza o ser humano: o
amor. Que as marcas da fé e da esperança, sentimentos que sensibilizam a alma
engrandecida, sejam a generosa resposta. Só mesmo na busca do supremo amor, do
absoluto de Deus, confortados pelas palavras do Apóstolo Paulo, é que
compreendemos um Deus infinitamente bom e amigo: “Louvor a vós, Deus de
misericórdia, pela grande caridade com que nos amastes” (Ef 2, 4). Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza
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