quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Cientistas questionam datação do Santo Sudário

Sudário pode não ser uma falsificação da Idade Média como se vinha acreditando.



O Sudário de Turim continua a exercer fascínio nos católicos.
O Sudário de Turim continua a exercer fascínio nos católicos. (AFP)
Uma nova virada acaba de acontecer na história do Santo Sudário de Turim, e já apareceu nas notícias do mundo todo. Em 1988, três laboratórios realizaram uma análise de carbono da primeira camada do tecido, concluindo que na verdade datava da Idade Média, mais precisamente entre 1260 e 1390 d.C. Esta descoberta pareceu negar sua autenticidade.
Mas essa datação, realizada utilizando a técnica do carbono 14 (C14), foi refutada recentemente. Em 23 de maio de 2019, Benedetto Torrisi, um estatístico italiano que liderou uma equipe de especialistas para estudar a questão, disse que "não há provas conclusivas de que o Sudário é medieval".

Uma "falta de homogeneidade de resultados"

Em seu último estudo, publicado na revista Archaeometry, os cientistas acreditam que as técnicas usadas há trinta anos eram menos confiáveis do que as atuais.
Em 2017, a equipe conseguiu acessar os dados não processados mantidos pelo Museu Britânico que levaram aos resultados do C14 de 1988. Os estatísticos conseguiram refazer todos os cálculos científicos, o que revelou uma falta de homogeneidade com os resultados anteriores, provavelmente "devido a um contaminante não removido por operações preliminares de limpeza, um problema difícil de resolver quando o tecido é submetido a radiação. Um problema agora bem conhecido e que não se considerava importante em 1988". Este contaminante tornou impossível calcular a idade real do tecido.
Outros especialistas também duvidam da data estabelecida pelo C14, como Mechthild Flury-Lemberg, historiador têxtil suíço, que em 2005 questionou os resultados de 1988, conforme relatado pelo jornal Le Temps.
“No passado, mantínhamos o Sudário de lado para que pudéssemos mostrá-lo à multidão. Nessa face, o tecido está muito sujo. Mas a amostra retirada para análise de carbono 14 veio de um lado do tecido e a sujeira depositada só alterou o resultado”, explicou.
Tendo participado da restauração do pedaço de pano, ele encontrou várias pistas a favor das afirmações acima, que indicavam que "de qualquer maneira, o sudário de Turim não é uma mentira fabricada na Idade Média". Os sindologistas, pesquisadores do Santo Sudário, ainda não estão fora de perigo. Têm muito trabalho ainda.

Publicado originalmente por Religión Digital.
Tradução: Ramón Lara

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