Para Conselho Indigenista Missionário, afronta do presidente violenta não somente os povos tradicionais.
Frente a tantas agressões que sofrem do presidente, o Cimi manifesta solidariedade aos povos originários do Brasil (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) reagiu às declarações do presidente Jair Bolsonaro dadas nessa terça-feira (27) durante reunião com governadores da região amazônica. O presidente usou a reunião para criticar as demarcações de terras indígenas e defender a legalização do garimpo na região, deixando o tema sobre as queimadas em segundo plano.
Leia também:
"Não podemos viver como pobres pisando em terras riquíssimas. (...) Queremos incluir de verdade o índio na nossa sociedade, grande parte deles quer isso aí. Hoje se o garimpo é ilegal, queremos legalizar.
Em nota divulgada após o encontro, o Cimi destaca que “o presidente Bolsonaro insiste na mentira e na sorrateira tergiversação”.
Confira a íntegra:
O presidente Bolsonaro insiste na mentira e na sorrateira tergiversação. Diante da devastação ambiental provocada por desmatamentos e queimadas criminosas, especialmente na região amazônica, mantém atitude incendiária e de repugnante agressividade aos povos originários e aos seus direitos de existência digna.
Com isso, afronta e violenta não somente os povos indígenas, mas também a própria Constituição Brasileira, que garante a eles o direito originário às suas terras tradicionais devidamente demarcadas e protegidas, onde possam viver dignamente com suas organizações sociais, costumes, línguas, crenças e tradições (Artigo 231 da Constituição Federal).
O Artigo 20 da Constituição Brasileira estabelece que as terras indígenas são Bens do Estado brasileiro. Frente a isso, as acusações, públicas e recorrentes, do presidente da República de que a demarcação de terras indígenas atentaria contra o interesse e a soberania nacional são conscientemente falsas, injustas e potencializam o preconceito, o racismo e o sentimento de ódio contra os povos indígenas, cidadãos brasileiros historicamente vilipendiados e violentados em nosso país.
Frente a tantas agressões que sofrem do presidente da República, o Cimi manifesta irrestrita solidariedade aos povos originários do Brasil e reitera o compromisso no apoio às lutas que fazem em defesa de suas vidas e projetos de futuro.
Respeite os povos originários e a Constituição de nosso país, presidente Bolsonaro.
Conselho Indigenista Missionário (Cimi)
Brasília, 27 de agosto de 2019
Redação Dom Total
Nenhum comentário:
Postar um comentário