Padre Geovane Saraiva*
Penso que o objetivo do mês da
Bíblia é o de ajudar as pessoas batizadas, as que receberam, à luz da Palavra
de Deus, o encargo de vencer as indiferenças, despertando-as contra o
comodismo. Que todos os batizados tenham em vista a renovação espiritual bem no seu
íntimo, voltando-se para um passado longínquo, e na voz dos profetas, que são suplicantes para
nossos tempos. Inspirados e animados pelo Livro Sagrado, que saibamos olhar o
mundo, num sincero desejo de fermentá-lo e transformá-lo, apresentando-lhe
sinais de esperança e solidariedade, seguros de que Deus leva em conta nosso
esforço, o testemunho coerente e a vontade de lutar e viver.
No mês da Bíblia a gratidão que Deus aceita e
acolhe é a que vem do coração humilde, um coração convicto de que só o Senhor
suscita “o querer e o fazer”, segundo o apóstolo Paulo. Nada mais lhe é agradável
do que agradecer a Deus pelos grandes benefícios, que é o mesmo que implorar o
cumprimento de sua ação salvífica, na ternura e na misericórdia divina, num Deus
que, no Filho, quer reconciliar o mundo consigo.
O mês de setembro, o da
Bíblia, foca e desperta nossa consciência do Deus infinito e do mistério de
amor, que quer de seus seguidores um sólido redescobrimento de sua presença, à
medida que as pessoas são inseridas no mundo e comprometidas com seu projeto de
amor, levadas adiante pelo Filho de Deus, Jesus de Nazaré. Por isso mesmo é que
Deus quer, através do Livro Sagrado, enriquecer, com seu duradouro amor, as
criaturas que Ele criou, convencendo-as da morada permanente.
Enamorados de Deus, de tal
modo, somos convidados a acreditar numa missão árdua e elevada, sem
precedentes – fruto do mistério da palavra de Deus –, e na eficácia da oração,
sinal evidente a nos ensinar, num olhar confiante para o céu, vendo as
estrelas, a lua, compreendendo, na graça desse mesmo Deus, a beleza infinita a
atrair as pessoas, sendo preciosa a criatura humana, entre todas, embora a
menor – abaixo dos anjos –, mas que recebeu o poder e o vigor divino de tudo
dominar (cf. Sl 8).
Como é maravilhoso o Livro
Sagrado! Dele não podemos prescindir, pois nos revela um Deus clemente e
indulgente. Além do nosso louvor, bendigamos a Ele, por seus incontáveis
prodígios, revelados e manifestados ao mundo, muito acima de nossos méritos.
Como São Francisco de Assis, que possamos repetir: “Onipotente, santíssimo,
altíssimo e sumo bem, todo o bem, único bem. Ao Senhor toda a glória, todas as
graças, toda a honra e toda a bênção”. Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza
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