"Organizações incumbidas de investigação que estão abusando. E quem investiga? Portanto, essa é uma questão fundamental. Este inquérito tenta pôr cobro a isso, naquilo que diz respeito a ataques ao Supremo Tribunal Federal. Portanto, nada de tribunal de exceção", rebateu o ministro Gilmar Mendes, do STF, rebatendo às declarações de Raquel Dodge
247 - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu as afirmações da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que em parecer contrário ao inquérito aberto para apurar a divulgação de críticas e ameaças à Corte, disse que o Supremo cria um “verdadeiro tribunal de exceção”.
"A rigor, nunca ninguém disse que os inquéritos feitos pelo Ministério Público são inquéritos de tribunal de exceção. Agora há um problema aqui que não está sendo considerado, que é relevante. A dificuldade que se tem de fazer investigação relativa a membros do Ministério Público. Essa é uma questão séria", disse Gilmar, se referindo ao conteúdo das conversas reveladas pela Vaza Jato, que mostram condutas ilícitas por parte do procurador Deltan Dallagnou e outros.
"Organizações incumbidas de investigação que estão abusando. E quem investiga? Portanto, essa é uma questão fundamental. Este inquérito tenta pôr cobro a isso, naquilo que diz respeito a ataques ao Supremo Tribunal Federal. Portanto, nada de tribunal de exceção", rebateu o ministro em entrevista ao jornal O Globo.
Segundo ele, o Conselho Nacional do Ministério Púbico, responsável por investigar a conduta dos procuradores, funciona "muito mal".
"A Corregedoria do Ministério Público praticamente não funciona. Estamos a falar de uma questão que, em termos republicanos, é muito séria. Quem vigia o guarda neste caso? Os mal-feitos cometidos por procuradores são investigados por quem? Essa é uma questão que precisa ser respondida. É preciso que haja investigação", completa Gilmar.
Desde o início da divulgação das mensagens pela Vaza Jato, vários pedidos de investigação oram encaminhados e poucos foram abbertos para apurar a conduta do procurador Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Lava Jato.
"O CNMP em geral tem sido muito ágil para, por exemplo, fazer extensão de vantagens salariais. Mas muito lento quando se trata de punir seus próprios. Nós já estamos acumulando escândalos Brasil afora", afirmou o ministro do Supremo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário