quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Mourão sai da toca e volta a criticar Bolsonaro

Depois de um longo período de silêncio forçado, o vice-presidente Hamilton Mourão saiu da toca para criticar a comunicação do Planalto, afirmando que o governo Jair Bolsonaro tem "errado muitas vezes". Em uma palestra numa universidade, ele também atacou o ex-presidente Lula, preso há mais de 500 dias, ao afirmar que um "Silva" não pode ser mais importante do que os demais

Planalto gastará R$ 7,1 mi com carros para famílias de Bolsonaro e Mourão
Planalto gastará R$ 7,1 mi com carros para famílias de Bolsonaro e Mourão (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

247 - Depois de um longo período de silêncio forçado, após uma crise com o filho de Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), o vice-presidente da República, o general Hamilton Mourão, saiu da toca para criticar a comunicação do governo.

"A população tem que entender o que está se buscando fazer. Temos que melhorar a comunicação. Temos errado muitas vezes na comunicação", disse o vice-presidente, ao dar uma aula magna no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), em Engenheiro Coelho, no interior de São Paulo.

Antes disso, Mourão disse em uma outra entrevista que Jair Bolsonaro resolveu tratar pessoalmente da comunicação e que a gestão precisa adotar medidas que garantam um desenvolvimento econômico sustentável, com o corte de gastos públicos, mas que tais medidas devem ser melhor explicadas à sociedade. "Temos que ter clareza", disse.

O silêncio de Mourão aconteceu após constantes ataques desferidos por Carlos Bolsonaro por meio das redes sociais. Para conter o filho, Bolsonaro impôs um toque de silêncio contra o vice que falava diariamente com a imprensa sobre temas diversos desde o início do mandato.

Ao ser questionado sobre o silêncio, disse em entrevista ao O Estado de S. Paulo, que Bolsonaro é quem tem falado pelo governo porque "tomou para si a comunicação, assumiu protagonismo".

Durante o evento na universidade, culpou a Constituição de 88 pela crise política. Disse que os problemas são fruto da "multifacetada política", com 26 partidos representados na Câmara. "Muito disso vem da própria Constituição de 1988", afirmou, defendendo o sistema de voto distrital como forma de reduzir o número de legendas no Congresso.

Ele também aproveitou para fazer uma referência indireta ao ex-presidente Lula, preso há mais de 500 dias, ao afirmar que um "Silva" não pode ser mais importante do que os demais. "A lei vale para todos. O pau que bate em Chico tem que bater em Francisco. Não pode ter um Silva mais importante do que os outros Silva", disse.

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