Padre Geovane Saraiva*
Longe de nós nos afastarmos de
Jesus de Nazaré, antes ficarmos a contemplá-lo como o centro do universo a
dominar a história de toda a humanidade. Junto de Deus temos a grande verdade
para nós, cristãos, a qual consiste em contemplar a pessoa de Maria, criatura
humana toda pura, considerando-a como o triunfo mais elevado do gênero humano.
Urge compreender a pessoa de Maria pela nossa fé, e na inaudita visão de São
João, como está escrito nas Sagradas Escrituras: “Apareceu no céu um grande sinal, uma mulher vestida de
sol, com a lua debaixo dos pés e tendo sobre a cabeça uma coroa de doze
estrelas” (Ap 12, 1).
Precisamos enxergar, em Maria
Santíssima, a obra-prima da ação redentora e salvífica de Deus, aqui, como nas
palavras do Cardeal Aloísio Lorscheider: “Se Cristo plantou a cruz no seio da
humanidade para que pela cruz, plantada em cada coração humano, viesse a
salvação, Maria, como primogênita da cruz, foi a primeira que, de todo o seu
coração, com todo o seu ser, aderiu plenamente à cruz de seu Filho. Foi em
Maria que a ação providencial de Jesus se pôde expandir livremente, não
encontrando obstáculo algum, no mínimo de imperfeição e na ausência de falha”.
Em um mundo marcado pela maldade,
a causar prejuízo enorme às comunidades dos que abraçam a fé, Deus envia uma
pessoa muito acima das demais, afável e terna, fazendo a diferença, que, na
percepção de Isabel, é a bem-aventurada, porque acreditou no que o Senhor lhe
havia prometido. Preservada do pecado original, Maria conta com o amparo de
Deus, diante da constante ameaça do mal e da morte, por estar revestida de
honras e glórias, indicando-nos, não só o caminho da vida, mas sendo um grande
sinal da nova humanidade, restaurada, revelando-nos as maravilhas de Deus em
nosso favor.
Pensemos, pois, numa mulher
inteiramente digna de penetrar no interior do Palácio Real e sentar-se no trono
ao lado do Filho Divino, dando-nos o que há de mais belo e esperançoso, a
simbologia da humanidade, toda nova e transfigurada no amor (cf. Sl 44), tudo,
evidentemente, a partir de Maria, a mãe do Salvador, num obstinado duelo contra
as forças de Satanás, vencendo-o definitivamente.
Que o olhar misericordioso de
Maria se volte para nós, com nossas lutas, angústias e fraquezas. Que a assunção
da Mãe de Deus ajude o seu povo a se comprometer com o eterno reino.
Invocando-a como mãe, pelos ensinamentos de São João, que a tenhamos como
impulso, vigor e consolo, na certeza da bem-aventurança imorredoura, porque ela
acreditou. Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza
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