Macron exala total indiferença para com o destino dos franceses mais desprotegidos e que são muitos.
O presidente francês Emmanuel Macron. (Reuters)
Por Lev Chaim*
Hoje a França é um país à Deus-dará. Protestos, distúrbios e indignação crescem a cada dia e uma grande maioria dos eleitores franceses, segundo muitas pesquisas, desaprova o presidente francês Emmanuel Macron. Debaixo de uma aparente calma e sobriedade, Macron exala total indiferença para com o destino dos franceses mais desprotegidos e que são muitos.
Segundo a imprensa europeia, os franceses mais brutais, ou seja, os radicais muçulmanos, não são molestados pela polícia e ainda ganham a atenção do presidente francês, que criou há cerca de três meses a Associação Muçulmana para o Islã da França (Amif). Uma divisão do governo estará examinando o racismo contra o islã no país e irá desenvolver escolas para formar novos imãs na França. Ou seja: as vestes-amarelas foram massacradas e os radicais muçulmanos, que são muito mais violentos em seus protestos pelo país, são deixados em paz e ainda ganham especial atenção.
O retrato atual de Macron parece estar montado: ele é um líder autoritário quando lida com os menos favorecidos e nunca se desculpa quando alguém perde um olho, a mão ou sofre danos cerebrais devido à extrema truculência da polícia francesa em dispersar as manifestações dos mais fracos. Os extremistas franceses, pelo contrário, quebram tudo, fazem protestos e a polícia assiste passiva, pois recebeu ordens do alto para não intervir. O ex-ministro do interior, Gérard Collomb, ao renunciar ao cargo em 2018, disse em alto e bom som: “As comunidades na França estão entrando em choque umas com as outras cada vez mais e a situação está se tornando extremamente violenta... Hoje vivemos lado a lado, temo que amanhã seja frente a frente”.
Na França já se sabe, inclusive o próprio Macron, que hoje já existe uma separação real entre as comunidades francesas. A maioria dos árabes e africanos mora em zonas proibidas, onde quase não se aceita mais a presença de não árabes e não africanos. Eles não se consideram franceses e, o que é pior, dizem que um dia a França será deles. Com isto, pode-se muito bem notar uma total rejeição à França e à civilização Ocidental. A grande maioria deles coloca a religião acima de tudo e diz que já está pronta para a luta. E, ao que tudo indica, Macron não quer lutar contra esse radicalismo total.
Agora contra os protestos reais, moderados e que deveriam ser ouvidos, Macron já conseguiu aprovar duas leis no Senado. A primeira retira o direito do cidadão comum de fazer protestos e o dá o direito à polícia de prendê-lo em qualquer lugar, mesmo sem motivos reais para tal. A outra lei foi aprovada em junho e proíbe qualquer tipo “de discurso de incitamento ao ódio”. Como disseram muitos, a lei é tão vaga que até o jurista americano Jonathan Turley se sentiu obrigado a reagir com estas palavras: “A França se tornou uma das maiores ameaças internacionais à liberdade de expressão”.
Ao que tudo indica, Macron e o seu governo também parecem não estar preocupados que os judeus franceses, compelidos pela escalada do antissemitismo no país e, como não podia deixar de ser, preocupados com decisões judiciais permeadas com o espírito de submissão ao islã violento, continuem fugindo da França. Quase todos os jornais europeus já estampam essa realidade.
Vejam vocês: o muçulmano Kobili Traore, que assassinou a jovem judia Sarah Halimi em 2017, entoando versos do Alcorão e vociferando que os judeus são Sheitan (satã, em árabe), foi considerado inocente de seu crime porque ficou comprovado que ele estava sob o efeito da maconha. Aí eu me pergunto: o que vai acontecer novamente caso ele fume mais maconha?
Realmente a França mergulha em direção ao caos, lentamente, mas segue o seu curso. Os partidos de oposição estão fracos e muitos políticos de outros partidos se juntaram ao partido Em Marcha, de Macron. Com isto, ao que tudo parece indicar, o único partido capaz de enfrentar Macron nas urnas em 2022 será mesmo a União Nacional, de Marine Le Pen. Que escolha! Que dilema infernal, não acham? Se vocês pararem para pensar um pouquinho, talvez já comecem a se perguntar se a França já não está mergulhada no caos.
Acredito que muitos franceses já estejam conscientes desse futuro incerto e caótico e talvez as palavras da grande escritora norte-americana, Nobel de Literatura, Toni Morrison, recém-falecida, possam ajudá-los: “Estamos morrendo. Esse é o significado de nossas vidas. Mas nós temos linguagem. Essa é a pedra de toque de nossas vidas”. Portanto, franceses e europeus em geral, coloquem a boca no mundo.
*Lev Chaim é jornalista, colunista, publicista da FalaBrasil e trabalhou mais de 20 anos para a Radio Internacional da Holanda, país onde mora até hoje. Ele escreve todas as terças-feiras, para o Dom Total
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