segunda-feira, 5 de agosto de 2019

O THE INTERCEPT BRASIL COMPLETOU TRÊS ANOS (E ESTÁ SÓ NO COMEÇO!)


Leandro Demori
Este texto foi publicado originalmente na newsletter do Intercept Brasil. Assine. É de graça, todos os sábados, na sua caixa de e-mails.

ONTEM O INTERCEPT BRASIL COMPLETOU TRÊS ANOS. O TIB foi criado em 2 de agosto de 2016 com as mesmas premissas que orientaram o surgimento do site nos Estados Unidos em 2013: oferecer ao mundo uma plataforma de jornalismo independente, de impacto e corajoso. Aquilo que pouco se vê nas mídias tradicionais.

Foi esse espírito que motivou a equipe que – lá em 2016 – fundou o Intercept Brasil numa garagem em Botafogo, no Rio de Janeiro. Daquela galera, ainda estão por aqui o editor Andrew Fishman, a diretora de redes sociais Juliana Gonçalves, a editora-contribuinte e repórter Cecília Olliveira e nosso colunista e cofundador, Glenn Greenwald. Lá no começo o foco já era estabelecer uma relação forte com os leitores, garantir aos jornalistas espaço e condições para colocarem a própria voz e a própria paixão em suas reportagens – a para correrem atrás das melhores pautas sem medo de corporações, governos, políticos, empresários, bancos ou qualquer outro tipo de gente com poder. 

Eu cheguei à redação em 2017. Fizemos muitas mudanças por aqui – em um determinado momento, só estávamos eu, Andrew e Ju na redação, tocando o site na unha enquanto fazíamos uma transição necessária. Hoje, ao espocar minha segunda rolha de espumante, lembrei daqueles dias e senti um enorme orgulho pelo que construímos em tão pouco tempo. Tínhamos tanta coisa pra fazer, tantas dúvidas no ar, que era difícil imaginar onde tudo aquilo iria dar.

E, como este é um texto para celebrar, me permito chutar a modéstia: nós conseguimos! Trouxemos editores que não temem o jornalismo em tempos de internet: Alexandre de Santi, Paula Biachi, Rafael Moro Martins e Tatiana Dias. São eles que lideram as repórteres Amanda Audi, Bruna de Lara, Cecília Olliveira, Nayara Felizardo e o estagiário Bruno Sousa na busca por nossas histórias. A Silvia Lisboa deu vida à editoria de Vozes (se você não conhece, clica aqui agora); ela também lidera nosso time de colunistas (Alexandre Andrada, João Filho e Rosana Pinheiro-Machado).

André Souza e José Victor são os maestros da redação – chamar de “assistentes administrativos” é de uma injustiça tremenda. Luiza Drable e Jeff Arak cuidam de toda nossa produção audiovisual, e você sabe como mandam bem. O Emílio Moreno completa a equipe de redes sociais. 

João Brizzi e Rodrigo Bento foram capazes de desenvolver uma cara para tudo o que fazemos. O trabalho deles não revela só talento, mas é inovador, ousado e bonito. A #VazaJato talvez seja o exemplo mais famoso (mas você precisa ver o que eles fizeram aqui, aqui e aqui.) E, recentemente, juntou-se a nós a Marianna Araujo, responsável por cuidar da comunidade de assinantes e da comunicação institucional.

Meu papel aqui é bastante simples: dar a todos eles o essencial para que possam exercer o jornalismo que acreditamos: com independência editorial, liberdade e autoria. Jornalistas precisam ser livres para seguir suas paixões e convicções, enfrentar interesses, revelar a corrupção e as injustiças. 

Se você nos acompanha há mais tempo, sabe que o TIB é muito maior que a #VazaJato. Mas se você chegou aqui recentemente, eu te garanto: nós temos uma tremenda fome de justiça, um raro faro investigativo e a coragem para mexer com os temas mais espinhosos. 

Muito antes das conversas da Lava Jato, já tínhamos ido fundo na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco – fomos o primeiro veículo a apontar o envolvimento de milícias – e seu motorista Anderson Gomes. Não deixamos de investigar políticos deste ou daquele partido. Não temos medo de megacorporações internacionais e muito menos da mídia corporativa. O Intercept fuça a vida de quem tem algo importante para revelar à sociedade, traz para você as histórias que você não leria em lugar nenhum, denuncia malfeitores e dá nome aos bois – afinal, desrespeito aos direitos humanos não é “polêmica”, é crime. 

Foi assim que chegamos até aqui. Nossa audiência explodiu. Centenas de milhares de pessoas assinam nossa newsletter atualmente (há um ano eram pouco mais de 10 mil, hoje eu chuto ser uma das maiores entre as redações do Brasil). E mais de 11 mil leitores nos apoiam mensalmente naquela que é a maior campanha de assinaturas do país.

Esse sucesso só existe por conta de vocês. São vocês que nos permitem contar histórias, responsabilizar pessoas, governos e corporações. Isso só é possível porque nós temos um acordo com vocês: nos comprometemos em oferecer o melhor jornalismo e queremos que vocês nos ajudem a fazer isso acontecer. Como? Compartilhando nossas notícias, acompanhando nossas redes, levando a palavra do Intercept para seus amigos, enviando suas denúncias e apoiando nosso financiamento coletivo. 

A beleza da internet é justamente essa: nós não precisamos enfrentar os corruptos, mentirosos, milicianos e inimigos da democracia sozinhos. Vocês podem nos ajudar a ir pra cima deles.

Obrigado por estarem conosco até aqui. Vida longa ao jornalismo que não se dobra ao poder, não se prende aos manuais de redação envelhecidos, não se esconde atrás de uma falsa imparcialidade – e não se ajoelha em busca de notícia. 

Vamos encarar juntos essa realidade que parece querer nos engolir? 

Se você já nos apoia, convide um amigo, os colegas do trabalho, a família. E se você ainda não tomou coragem, vem hoje enfrentar isso tudo com a gente. 

PS: essa equipe incrível que descrevi aí em cima foi homenageada na última terça-feira na Associação Brasileira de Imprensa no Rio de Janeiro. Foi uma noite importante para a nossa redação. Receber tanto carinho em um momento em que trabalhamos sob tanta pressão foi emocionante. Veja aqui o que rolou!

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