sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Polícia Federal troca comando da Superintendência no RJ

Novo responsável, segundo a PF será o delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa. Em entrevista à imprensa, Bolsonaro chegou a dizer quem seria o escolhido, mas depois voltou atrás e disse que para ele tanto faz.
Por G1 Rio

Foto: (Marcelo Camargo/Agência Brasil; MATEUS BONOMI/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO)
Bolsonaro reage contra a indicação de Carlos Henrique Oliveira Souza para comando da PF-RJ

A Polícia Federal (PF) divulgou, nesta quinta-feira (15), mudanças no comando da Superintendência Regional no Rio de Janeiro. O anúncio oficial aconteceu depois de uma declaração do presidente Jair Bolsonaro falando que a mudança aconteceria por questões de "produtividade". Nesta sexta, ele voltou a falar sobre a alteração: primeiro chegou a dizer quem seria o escolhido, depois disse que "tanto faz".

Em nota, a PF informou que quem assumirá o cargo de Ricardo Saadi no estado será o atual superintendente regional em Pernambuco, Carlos Henrique Oliveira Sousa.

Ainda de acordo com a PF, a mudança já estava sendo planejada há alguns meses e o motivo da providência "é o desejo manifestado, pelo próprio policial, de vir trabalhar em Brasília, não guardando qualquer relação com o desempenho do atual ocupante do cargo".

'Quem manda sou eu', diz Bolsonaro
Ao contrário do que anunciou a PF, o presidente Jair Bolsonaro disse, durante entrevista coletiva, que soube que o escolhido seria Alexandre Silva Saraiva, atual superintendente no Amazonas.

"O que eu fiquei sabendo, se ele resolveu mudar, vai ter que falar comigo. Quem manda sou eu, deixar bem claro. Eu dou liberdade para os ministros todos, mas quem manda sou eu. Pelo o que está pré-acertado seria o lá de Manaus”, disse.

A substituição de superintendentes regionais, segundo a Polícia Federal, é "normal em um cenário de novo governo".

“Quando vão nomear alguém, falam comigo. Ué, eu tenho poder de veto, ou vou ser um presidente banana agora? Cada um faz o que bem entende e tudo bem”, acrescentou.
No fim da manhã, em outro evento, Bolsonaro amenizou o discurso sobre quem será o novo superintendente. “Está há três meses programado. Se quer o de Pernambuco, não tem problema, não. Tanto faz para mim. Eu sugeri o de Manaus e se vier o de Pernambuco não tem problema, não”, garantiu o presidente.

Desde janeiro, a PF já promoveu a troca de 11 superintendentes.

Questionado qual é a independência que os comandos da PF têm para fazer investigações já que todos os superintendentes passam pelo crivo de Bolsonaro, o presidente disse que os cargos eram loteados por partidos.

"Eu olho o nome superficialmente de todos, de todos. Isso era loteado no passado, me admira a tua pergunta, isso era loteado por partidos políticos. Mudou isso aí. Eu tenho como chefe, comandante, eu tenho que saber o que acontece, o perfil das pessoas, com quem já tiveram ligado no passado. E todas as instituições têm problemas. Até o Exército tem seus probleminhas, de vez em quando aparece um colega nosso que não está agindo corretamente, por que em outro lugar?. Ainda mais no meu estado", respondeu o presidente.

O ministro da justiça e segurança pública, Sérgio Moro, não se manifestou sobre a troca do superintendente da PF no Rio. Ele já defendeu a adoção de mandatos para o cargo de diretor-geral da PF como forma de diminuir interferências externas e garantir a independência das investigações. A ideia deve ser discutida pelo congresso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário