Deltan Dallagnou mentiu descaradamente ao afirmar repetidas vezes que a Lava Jato não vazava informações sigilosas para a imprensa. Num discurso em Harvard, em 2017, afirmou taxativamente que "agentes públicos não vazam informações". Agora, aparecem em novas revelações do Intercept as impressões digitais dele e de outro líder da operação, Carlos Fernando Santos Lima, em uma série de vazamentos. Um deles é a articulação com um jornalista de O Estado de S.Paulo (cujo nome não foi revelado) de uma manchete do jornal que seria publicada em 22 de agosto de 2015 - como de fato foi.
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247 - Deltan Dallagnou mentiu descaradamente ao afirmar repetidas vezes que a Lava Jato não vazava informações sigilosas para a imprensa. Num discurso em Harvard, em 2017, afirmou taxativamente que "agentes públicos não vazam informações". Agora, aparecem em novas revelações do Intercept as impressões digitais dele e de outro líder da operação, Carlos Fernando Santos Lima, em uma série de vazamentos. Um deles é a articulação com um jornalista de O Estado de S.Paulo (cujo nome não foi revelado) de uma manchete do jornal que seria publicada em 22 de agosto de 2015 - como de fato foi.
A sem-cerimônia das conversas entre os líderes da Lava Jato é espantosa. Escreveram os jornalistas Glenn Greenwald e Rafael Neves na reportagem do Intercept divulgada na manhã desta quinta-feira (29): "No chat, Santos Lima assume, sem qualquer constrangimento, que vazava informações para a imprensa. Além disso, o seu próprio comentário, insinua que se tratava de uma prática habitual, dado que ele se refere aos vazamentos no plural — 'meus vazamentos'. E o procurador afirma com aparente orgulho e convicção que agia assim com objetivos bem definidos: induzir os suspeitos a agirem de acordo com seus interesses".
Na reportagem, há a descrição de como foi "negociada" uma manchete com o jornal O Estado de S.Paulo em 2015.
Diz a reportagem do Intercept:
"No mesmo dia [21 de junho de 2015], Deltan e Orlando [Martello, produrador da Lava Jato] anunciaram no chat terem vazado a informação de que os Estados Unidos iriam ajudar a investigar Bernardo para repórteres do Estadão, como forma de pressionar o investigado [Bernardo Freiburghaus, da Odebrecht]. Eles estavam antecipando a um jornalista uma movimentação da investigação. Foi Dallagnol o responsável pelo vazamento, como mostra sua conversa como o repórter do jornal."
Veja a imagem da conversa a seguir:
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A conversa foi adiante e o repórter informou Dallagnol que a reportagem seria manchete no dia seguinte, o que ele repassa ao grupo deprocuradores. De fato, a reportagem foi manchete do jornal.. Veja a conversa e a seguir a manchete:
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No dia seguinte à manchete, os procuradores tramam como esmagar a vítima de suas articulações com a imprensa. Com desfaçatez, dizem que iriam colocar Freiburghaus "de joelhos":
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