sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Unesco pede a proteção dos bens comuns da humanidade

Essencial para o equilíbrio climático, a floresta amazônica é devastada por incêndios e desmatamento.



Vista aérea do desmatamento no território indígena Menkragnoti em Altamira, Pará. Seis países da América do Sul devem lançar nesta sexta-feira durante uma cúpula na Colômbia dedicada à Amazônia um apelo internacional para a preservação da maior floresta tropical do mundo
Vista aérea do desmatamento no território indígena Menkragnoti em Altamira, Pará. Seis países da América do Sul devem lançar nesta sexta-feira durante uma cúpula na Colômbia dedicada à Amazônia um apelo internacional para a preservação da maior floresta tropical do mundo (AFP)
A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Audrey Azoulay, apelou nesta sexta-feira (6) para o "reforço das ferramentas", como a Convenção do Patrimônio Mundial, para proteger os bens comuns da humanidade. "As ferramentas existem, a Convenção do Patrimônio Mundial ou a rede de zonas de biosfera da Unesco são exemplos e conciliam o respeito pela soberania e a gestão cooperativa de bens comuns", disse Azoulay, enquanto as chamadas se multiplicam para criar espaços vitais do planeta que seriam gerenciados em comum.
"Precisamos fortalecer essas ferramentas, pressionar mais Estados a ratificá-las, aumentar as áreas protegidas, fortalecer os meios de monitoramento e implementação. É através disso, investindo mais e melhor, que encontraremos soluções de longo prazo", acrescentou.
Seis países da América do Sul devem lançar nesta sexta-feira (6), durante uma cúpula na Colômbia dedicada à Amazônia, um apelo internacional para a preservação da maior floresta tropical do mundo. Essencial para o equilíbrio climático, é devastada por incêndios e desmatamento.
"A noção de bens comuns, cuja transmissão às gerações futuras diz respeito a todo o mundo, está na própria origem da Convenção do Patrimônio Mundial da Unesco desde os anos 1970 e é ilustrada em lugares como a Amazônia, mas também recife de coral, floresta tropical africana ou patrimônio marinho", acrescentou Azoulay.
A Unesco argumenta que elevou "consideravelmente" o nível de proteção das áreas naturais e culturais através da lista do Patrimônio Mundial e do programa sobre o homem e a biosfera (MAB), informou Guy Debonnet, do programa especializado em natureza e turismo sustentável.
Atualmente, existem 12 reservas da biosfera na Amazônia e seis milhões de hectares da floresta amazônica, o que representa 1% da área total, inscritos no patrimônio mundial. "No momento, nenhum desses locais foi tocado e continuamos extremamente vigilantes", disse Mechtild Rossler, diretora do Centro do Patrimônio Mundial. "A Unesco está aqui para ajudar, apoiar, orientar, mas não pode substituir a responsabilidade do Estado soberano", lembrou Rossler.
No entanto, "os mecanismos sempre podem ser aprimorados", reconhece Miguel Clusener-Godt, diretor da divisão de ciências ambientais. "Mas temos que pensar a longo prazo: estamos trabalhando em um projeto que disseminará boas práticas locais sustentáveis que possam fornecer à Amazônia uma renda alternativa de pecuária extensiva, mineração ou de extração de madeira ", explica.
AFP

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