domingo, 10 de novembro de 2019

Em ato esvaziado, manifestantes defendem prisão em 2ª instância em BH

domtotal.com

Ato na Praça da Liberdade, no bairro Funcionários, região Centro-Sul,não teve a mesma adesão de mobilizações anteriores


STF foi o principal alvo dos manifestantes em BH
STF foi o principal alvo dos manifestantes em BH (Divulgação Vem Pra Rua)
Sem caminhões de som e com muito menos gente do que em protestos anteriores, geralmente realizados aos domingos, manifestantes se reuniram nesse sábado (9) na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul da capital mineira para defender a prisão após condenação em segunda instância no país. O protesto ocorreu dois dias depois de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou entendimento neste sentido e possibilitou a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os manifestantes pressionam para que o Congresso Nacional fixe na legislação a prisão em segunda instância.
O aposentado Geraldo Teixeira, 76 anos, mostrava um cartaz com a frase "STF câncer do Brasil". "Muitas pessoas estão indignadas, mas não mostram que estão indignadas", disse. Para o administrador de empresas e contador Daniel Maciel, 37 anos, a decisão do Supremo deixa sensação de impunidade. "A prisão tem que ser mais rápida. É assim em outros países. Por que temos que retroceder"?, questionou.
O coordenador do Vem pra Rua em Minas, Max Fernandes, classificou a decisão do STF de "grave retrocesso". "A decisão do STF sobre a derrubada da prisão após condenação em segunda instância foi um duríssimo golpe no peito dos brasileiros. Para nós, o fim da prisão após segunda instância é um grave retrocesso. Ficará para nós a perda de credibilidade e a sensação de impunidade, principalmente de réus ricos e poderosos".
Para o representante do Vem pra Rua, cabe agora aos parlamentares em Brasília "corrigir" o posicionamento do STF. "O Congresso tem o dever moral de aprovar rapidamente uma lei, ou Projeto de Emenda Constitucional (PEC), que corrija imediatamente a decisão do STF. Hoje o Brasil estará nas ruas para pressioná-los. Não há tempo para o 'mimimi'. Temos de agir e fazer ouvir o desejo do cidadão de bem, que repudia o crime e quer ver o Brasil crescer". Ao mesmo tempo, Fernandes frisou que o movimento é contra intervenções ou "golpe no STF". "Defendemos o estado democrático de Direito", afirmou.
O coordenador do Vem pra Rua afirmou que a manifestação deste sábado poderia ser menor pelo fato de um outro protesto ter sido realizado na terça-feira, antes da decisão do STF. Além de Belo Horizonte estavam previstos para este sábado atos em outros 12 municípios de Minas Gerais.
Recife
Manifestantes ocuparam uma quadra da Avenida Boa, no Recife, em caminhada de 1 quilômetro desde a Padaria Boa Viagem até o Segundo Jardim. O principal objetivo do protesto foi se posicionar contra decisão do STF.
Foi a primeira participação da cobradora de ônibus Isabela Regina, de 34 anos, em movimento pró-Bolsonaro. "Estou aqui pela PEC 410 e apoiando o pacote anticrime do (Sérgio) Moro. Viemos hoje não pelo presidente, mas pela nação, para acabar com essa safadeza do STF de ter soltado os bandidos", disse. A PEC 410, que deve ser votada em comissão na Câmara dos Deputados na próxima semana, permite prisão depois de condenação em segunda instância.
A cobradora, que apoia o Vem Pra Rua pelas redes sociais, acredita que o movimento é sensato e importante para o país. "É uma necessidade para todos nós brasileiros, temos que lutar contra essa impunidade na soltura de bandidos".
Já a psicóloga Sheyla Paes, de 40, afirmou que começou a frequentar protestos em Boa Viagem pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e que, desta vez, se revoltou com decisão do Supremo. "Eu apoio o evento, apoio Bolsonaro, a PEC, a intervenção militar, porque chegou numa situação que é tudo ou nada, não tem meio termo", ressaltou.
Sheyla acredita que a interpretação da Constituição alterada pela Corte na última quinta-feira beneficia pessoas ricas. "Chegou ao ponto de (o STF) soltar pessoas corruptas. Bandidos, estupradores, assassinos vão ser soltos por advogados. Quem tem grana está solto hoje".
Procurada, a Polícia não estimou o público presente na Avenida Boa Viagem.
Agência Estado/DomTotal

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