Padre Geovane Saraiva*


Cristo Rei, sim, mas na sua maior simplicidade e franqueza de afirmar e dizer-se Rei, num momento em que fora maltratado e acusado de blasfemar, sendo um Rei sem trono, sem cetro, sem coroa, sem súditos e sem forças militares. Recebeu uma vara no peito que serviu de cetro, uma coroa, mas de espinhos, a corte, mas de facínoras, ao mesmo tempo em que abraçou o trono da Santa Cruz; nela se anuncia a canção: “Vitória, tu reinarás! Ó cruz, tu nos salvarás!”.
O nosso Rei governa como o sacerdote que consagra o alimento restaurador e o oferece ao Pai pela humanidade. Rei pelo preço de sua vida, de seu sangue derramado, estabelecendo-se no meio da humanidade, mas, ao mesmo tempo, longe dos soberanos deste mundo, ao repetir-nos suas palavras, que, "quando for exaltado da terra, atrairei todos a mim, no meu trono glorioso", revelando-nos sua cruz e, com ela, convertendo corações.
Fica o convite para se compreender o reino do nosso Rei Jesus, a partir de uma vida de sofrimentos, com estradas ásperas, nas trilhas repletas de espinhos, não se esquecendo das chuvas de insultos, dos leitos de dores e lares golpeados de provações. Urge aprender sempre mais a ter o olhar da compreensão e da misericórdia diante do enorme abismo em que se encontra o mundo, para que a humanidade possa descansar em paz, pela derrota de todos os males que contrariam seu santo desejo
Na alegria, acolhamos o Filho amado do Pai, que entrou no mundo em razão dos descompassos dos homens, indicando-nos que a liberdade verdadeira consiste no amadurecimento espiritual da criatura humana, na nítida acolhida de seu reino: "Reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz". Assim seja!
*Pároco
de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a Academia Metropolitana de
Letras de Fortaleza
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