Sobrou para o Supremo Tribunal Federal (STF) a imagem ruim do governo Jair Bolsonaro no combate à corrupção.
Segundo o ministro da Justiça, Sérgio Moro, a decisão da corte máxima de rever o entendimento sobre a prisão em segunda instância atingiu a avaliação positiva do governo federal.
“O que aconteceu nesse período para que essa percepção piorasse foi a revogação do precedente da segunda instância. Isso implicou a soltura de pessoas que estavam condenadas, inclusive por corrupção. Então, as pessoas às vezes têm uma percepção geral e atribuem ao governo”, disse à Folha o ex-juiz da Lava Jato.
Moro comentava o resultado da pesquisa divulgada esta semana pelo Datafolha, segunda qual 50% da população avalia que a gestão do governo é ruim ou péssima no combate à corrupção, ante 44% em agosto.
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Para o ministro, o “Caso Queiroz” e dos laranjas do ministro do Turismo, por exemplo, não tem relação com a leniência de Bolsonaro com a corrupção. Há também casos de caixa dois de colegas de governo “perdoados” pelo ex-juiz e atuação de Moro como “advogado” do presidente e seus familiares em casos ligados ao mundo do crime.
A história pode ser diferente do que conta Sérgio Moro. A mesma pesquisa Datafolha aponta que a maioria dos brasileiros é favorável à soltura do ex-presidente Lula. De acordo com o instituto, 54% consideram ser justa a soltura do petista.
Aí Moro busca uma explicação exótica, porém contrária ao punitivismo e superencarceramento defendidos por ele:
“O que levou as pessoas a fazer essa avaliação talvez seja o fato de entender que o período que ele cumpriu de pena já teria sido suficiente. Não ficou claro em que termos foi feita a indagação [da pesquisa]”, disse.
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