segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Em missa, padre pede respeito da polícia à Paraisópolis e promete ir a baile funk

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Religioso defende que bailes funk na comunidade sejam transformados:'Que o funk tenha o seu devido lugar, seja respeitado e tenha respeito'

Padre Luciano Borges celebra missa de sétimo dia em memória aos nove mortos por pisoteamento após ação da PM
Padre Luciano Borges celebra missa de sétimo dia em memória aos nove mortos por pisoteamento após ação da PM (Alice Vergueiro/Estadão Conteúdo)
Maria Betânia Mendonça, de 61 anos, atou nove lenços negros em uma cruz de madeira, para cada uma das vítimas que morreram pisoteadas em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, após uma incursão da polícia, há uma semana. Na tarde desse sábado (7), ela carregava a cruz nas vielas da comunidade e chamava conhecidos para a missa de sétimo dia em homenagem aos mortos, realizada a céu aberto em frente à paróquia do bairro.
"É pela memória deles, vim aqui confortar as famílias", disse Maria, moradora de Paraisópolis há 43 anos. Ela estava atrasada, ficou em casa lavando roupa até o início da tarde, mas não deixou de prestar sua homenagem. "Eles estavam em um momento de lazer quando nos deixaram."
Responsável por conduzir a missa, o padre Luciano Borges fez uma longa fala na qual pediu respeito da polícia à comunidade e ajuda de políticos para a condução da segurança da região. Entre as autoridades presentes estavam o vereador Eduardo Suplicy (PT) e o deputado federal Carlos Zarattini (PT).
O padre também disse que deseja ver os bailes funk em Paraisópolis "transformados" e disse que as festas "precisam ser estabelecidas com ordem". Ele pediu que os eventos sejam pensados "de um jeito diferente" e levem em conta as reclamações de barulho.
"Nós queremos transformação em Paraisópolis, um tempo novo de paz", gritou, em um dos momentos mais exaltados da missa, seguido de aplausos. "Que o funk tenha o seu devido lugar, seja respeitado e tenha respeito."
Padre Luciano terminou a missa, por volta das 19h20, com um gesto de conciliação. 
Agência Estado

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