quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Saudades da Sensatez

Carlos Delano Rebouças*
Um dia acreditei na sensatez. Achei que ela existia, que era de verdade, que apenas demorava a habitar mentes muito mais porque ainda não estavam preparadas.

Hoje, vejo que não é bem assim. Enxergo muita gente, muita gente mesmo mostrando quanto são insensatos em querer afirmar suas verdades órfãs de argumentos lúcidos, abdicando do bom senso de entendê-las como incoerentes sob princípios morais e éticos  que nos servem como parâmetros para discernir entre o que é bom e ruim.

Hoje, também vejo o estabelecimento de uma nova ordem, sustentada pela má compreensão de que se deve respeitar opiniões custe o que custar. Ninguém pode e deve se opor, na sobriedade da razão, que logo escute como um contragolpe: "É a minha opinião, respeite!"

Tudo de hoje, sobretudo contando com a liberdade de expressão em vias massivas descontroladas, sem limites éticos e morais, e mal exploradas sob a regência das vaidades, parece reprovável ao olhos da sensatez. Assusta só de ver e ouvir, quanto mais em sentir.

Mas a luta em favor da sensatez deve continuar. Precisamos fazê-la prevalecer, e o caminho é árduo e repleto de espinhos. Desistir nunca! Fale, ensine, oriente e eduque, mas sem, em momento algum, abrir mão da sensatez.

*Professor de Língua Portuguesa e redação, conteudista, palestrante e facilitador de cursos e treinamentos, especialista em educação inclusiva e revisor de textos.

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