No dia 17 de março a Igreja Católica celebra a festa de São Patrício, o Patrono da Irlanda (minha terra natal). Nasceu na Britânia romana (Inglaterra) por volta do ano 365. Ainda jovem, foi sequestrado por uns piratas que o levaram para a Irlanda onde permaneceu uns seis anos como escravo. Ao cabo desse tempo, sentiu em sonhos que devia voltar para sua pátria.
Uma viagem cheia de aventuras devolveu-o a sua terra totalmente mudada. Aí recebeu certa educação e uma aprendizagem do latim bíblico. Nunca teve educação superior algo que ele sempre lamentou. Numa viagem a França teve contato com São Germano de Auxerre. Sob a direção de São Germano aprofundou seus estudos teológicos. Também visitou Roma onde recebeu a sagração das mãos do Papa São Celestino, sendo enviado para Irlanda em 432. Regressou, de fato, por volta de 435 como sucessor de Paládio – “O primeiro bispo dos irlandeses que creem em Cristo”. Pregou sobre tudo no norte da Irlanda estabelecendo sua sede em Armagh. Do norte mudou-se para oeste e este da Irlanda, fundando sedes episcopais em diferentes pontos. Seus escritos o mostraram como homem simples, sem retórica alguma e dotando de um profundo sentido pastoral. Totalmente entregue à conversão dos pagãos, a destruir a idolatria e o culto ao sol.
Contudo, a grandeza moral e espiritual desse homem brilham através de cada frase de seu rústico latim do “Confessio”, sua auto bibliografia. Nunca deixou de ter consciência de que tinha poucos estudos, que havia sido escravo e fugitivo. Em sua humildade e simplicidade soube explicar com a simples folha de trevo o insondável mistério da Santíssima Trindade. Patrícia continua presente na memória e no coração dos irlandeses. Dezenas de igrejas levam seu nome ali para onde os irlandeses foram viver e trabalhar. Padroeiro e apóstolo da Irlanda, é o santo mais popular da ilha à qual converteu a Cristo. O êxito de São Patrício na ilha deve-se atribuir à inteligente organização que soube criar. Para começar, ele soube adaptar-se às condições sociais do lugar, formando um clero local e pequenas comunidades cristãs, adaptando-se aos clãs, sem rejeitar os costumes tradicionais.
Há um mito que diz que ele precipitou ao mar todas as serpentes da ilha. No ano 385 a morte de São Patrício se deu na cidade de Down, em 17 de março de 461, já octogenário. Foi sepultado em Saúl, região de Stragford Lough, onde edificou a sua primeira igreja. No dia de sua festa os irlandeses fixam à roupa um trevo (planta cujas folhas se dividem em três), lembrando que São Patrício se servia deste sinal para dar uma ideia da Santíssima Trindade: um só Deus em três pessoas.
Conseguiu a reforma das leis civis da Irlanda e a legislação foi feita com os princípios católicos. São Patrício é também muito reverenciado nos Estados Unidos devido ao grande número de imigrantes irlandeses. Em Nova Iorque, a Catedral é dedicada a São Patrício. Nesta cidade, uma das tradições datada da época colonial, que permanece até hoje, é o desfile pelo dia de São Patrício. Os irlandeses, naquele desfile, costumavam se vestir de verde e entoavam canções típicas ao som de gaitas de fole, costume que ainda se mantém.
Fontes: Biografias de São Patrício et alii.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista
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