quinta-feira, 30 de abril de 2020

Bolsonaro ataca “decisão política” de Alexandre de Moraes: “Quase tivemos uma crise institucional”, assista

Bolsonaro disse que Moraes chegou ao STF por causa da "amizade com o senhor Michel Temer" e que ser amigo não está entre as cláusulas impeditivas para se tomar posse
Jair Bolsonaro (Reprodução)
Por Plinio Teodoro  
Jair Bolsonaro atacou duramente na manhã desta quinta-feira (30) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que suspendeu por meio de liminar a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção da Polícia Federal. O presidente disse que a decisão do ministro “quase causou uma crise institucional”.

“Tirar numa canetada, desautorizar o Presidente da República com uma canetada, dizendo em impessoalidade. Ontem quase tivemos uma crise institucional. Eu apelo a todos, que respeitem a Constituição”, afirmou em conversa com jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada.

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Bolsonaro disse que Moraes chegou ao STF por causa da “amizade com o senhor Michel Temer” e que ser amigo não está entre as cláusulas impeditivas para se tomar posse.

“Não justifica a questão da impessoalidade. Como é que o senhor Alexandre de Moraes foi para o Supremo? Amizade com o senhor Michel Temer. Ou não foi? A amizade não está entre as cláusulas impeditivas para alguém tomar posse”, afirmou.

O presidente ainda confirmou que orientou a Advocacia-Geral da União (AGU) a recorrer da decisão ainda hoje, mas que já busca um novo nome para a direção da PF.

“Se não pode estar na PF, não pode estar na Abin. No meu entender, é uma decisão política. Eu respeito a constituição e tudo tem um limite. Estamos discutindo um novo nome para fazer com que a realmente a PF agora tenha isenção. A AGU vai recorrer. Eu lamento agora, que não tem tempo. Demora semanas, meses. Espero que seja tão rápido quanto a liminar, espero no mínimo isso do senhor Alexandre Moraes, rapidez”.

Bolsonaro comparou a liminar de Moraes com uma decisão que chegou a suspender a nomeação de Sérgio Camargo da presidência da Fundação Palmares e disse que ainda não “engoliu” o ato do ministro. “Eu não engoli ainda essa decisão do senhor Alexandre de Moraes. Não engoli. Não é essa a forma de tratar o chefe do Executivo, que não tem uma acusação de corrupção”, afirmou Bolsonaro, dizendo que sacrifica “a sua família”.

“Senhor Alexandre de Moraes o senhor vai tirar Alexandre Ramagem do comando da Abin. Porque tem que ser coerente”.

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