sábado, 16 de maio de 2020

Contra recomendações médicas, Ministério da Saúde confirma novo protocolo para uso da cloroquina

O protocolo anterior recomendava o uso da cloroquina apenas para "casos críticos da COVID-19". Agora, o governo Bolsonaro quer obrigar pacientes a usar o medicamento na fase inicial, mesmo sem evidência científica
16 de maio de 2020, 04:51 h Atualizado em 16 de maio de 2020

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Reprodução)

Sputnik – O Ministério da Saúde divulgou uma nota nesta sexta-feira (15) informando que está sendo preparada uma atualização do protocolo para o uso do medicamento cloroquina para tratar a COVID-19.

O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, exonerado nesta sexta-feira (15), havia declarado anteriormente que o medicamento tem efeitos colaterais e foi contrário à ampliação do protocolo. Uma série de estudos internacionais mostraram que a cloroquina não tem eficácia para combater o coronavírus.

"O Ministério da Saúde está finalizando novas orientações de assistência aos pacientes com COVID-19. O objetivo é iniciar o tratamento antes do seu agravamento e necessidade de utilização de UTI [Unidades de Terapia Intensiva]", diz o comunicado.

De acordo com a pasta, "o documento abrangerá o atendimento aos casos leves, sendo descritas as propostas de disponibilidade de medicamentos, equipamentos e estruturas, e profissionais capacitados".

"As orientações buscam dar suporte aos profissionais de saúde do SUS [Sistema Único de Saúde] e acesso aos usuários mais vulneráveis às melhores práticas que estão sendo aplicadas no Brasil e no mundo", acrescentou o Ministério da Saúde.

O protocolo anterior recomendava o uso da cloroquina apenas para "casos críticos da COVID-19" e para "pacientes hospitalizados com formas graves da COVID-19". O documento também relata efeitos colaterais como distúrbios vasculares e retinopatia.

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