Jornal vê “batom na cueca” que pode levar à impeachment do presidente Jair Bolsonaro
Publicado em 22 junho, 2020
A empresa de Cristina Bonner, ex-mulher e sócia do advogado Frederick Wassef, foi beneficiária, em um ano e meio de governo Jair Bolsonaro, do equivalente R$ 41 milhões. O valor equivale ao recebido nos quatro anos da gestão compartilhada entre os ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer.
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De acordo com o UOL, ministros de tribunais superiores tratam essa revelação sobre o faturamento de Bonner como um “Fiat Elba” do caso, numa referência à prova definitiva de vínculo entre o ex-presidente Fernando Collor e seu ex-tesoureiro, Paulo César Farias.
Embora tenha havido aumento no faturamento da empresa de Cristina Bonner, a princípio, não se pode criminalizar a melhora de desempenho da Globalweb Outsourcing –companhia de soluções tecnológicas. Sem provas, sobram ilações ao compará-la a PC Farias, o ex-tesoureiro de Collor.
Por conta desse upgrade no faturamento da empresa da ex-mulher do advogado da família Bolsonaro, segundo o Valor Econômico, o presidente Jair Bolsonaro tenta montar, nos tribunais superiores, uma rede para segurar a investigação hoje em curso no Ministério Público e na 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio.
A reportagem do Valor ressalva que a cada dia, porém, aumentam os flancos a serem contidos pelo Palácio do Planalto.
Para a publicação dos grupos Folha e Globo, o que começou com a busca de guarida para um habeas corpus a Fabrício Queiroz, instrumento para evitar uma delação premiada do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), agora se ampliou para estancar as fortes evidências do vínculo entre o presidente e a estratégia de atuação do advogado do senador, Frederick Wassef.
O texto lembra do depósito de Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro, cujas evidências do envolvimento do presidente da República foram esfriadas com a paralisação do processo contra o senador no Supremo Tribunal Federal (STF), durante seis meses, por iniciativa do presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, mas, ainda de acordo com a reportagem, é por novas manobras protelatórias que hoje se move o Palácio do Planalto.
O Valor diz que Bolsonaro tem mais chances no Superior Tribunal de Justiça (STJ), presidido por João Otávio de Noronha, que tem colecionado decisões a favor do governo. E cita como exemplo a decisão de primeira e segunda instâncias, que obrigavam o presidente a revelar o exame do coronavírus.
Segundo o jornalão, a investida bolsonarista aposta que o STJ possa assumir a condição de instância protelatória que já foi exercida pelo Supremo Tribunal Federal.
O Valor ainda conta o périplo bolsonarista aos tribunais superiores com o objetivo de apagar o incêndio das fake news e que os bombeiros palacianos com a substituição de Wassef na defesa de Flávio Bolsonaro.
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