Análise é das jornalistas Helena Chagas e Lydia Medeiros, no relatório de análise política Tag Report, distribuído a clientes. Elas lembram que a crise está apenas começando e que tanto o centrão como os militares ficaram calados depois da prisão de Fabrício Queiroz na casa do advogado da família Bolsonaro
21 de junho de 2020, 19:16 h Atualizado em 21 de junho de 202
Frederick Wassef, Fabrício Queiroz e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)
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247 – Duas das mais experientes jornalistas do País, Helena Chagas e Lydia Medeiros, avaliam que Jair Bolsonaro se transformou num presidente-refém depois da prisão de Fabrício Queiroz, que estava escondido na casa de Frederick Wassef, advogado da família. "A única certeza que parece haver hoje em Brasília é de que Jair Bolsonaro está encurralado. E que tudo pode piorar. A prisão do ex-assessor Fabrício Queiroz, que há mais de um ano vivia sob vigilância numa casa do advogado Frederick Wassef em Atibaia (SP), vem produzindo doses maciças e diárias de revelações desgastantes sobre o envolvimento do senador Flávio Bolsonaro no caso das 'rachadinhas' — e também sobre as relações dos Bolsonaro com as milícias do Rio e o contorcionismo da família para abafar o caso. Com a ameaça clara de provocar um curto-circuito, entrou em cena um fio desencapado tão ou mais explosivo do que Queiroz, o advogado Wassef, o dono dos segredos,que mandou no fim de semana recado de que não pretende se descolar do presidente — em sua definição, ele e Bolsonaro são 'um só'”, apontam Helena e Lydia no relatório reservado Tag Report de análise e inteligência política, distribuído a clientes.
"Entre palacianos, a sombra de Wassef encobre agora o maior dos temores, ainda muito real: o de uma delação premiada de Queiroz, que segundo relatos dos policiais estaria em estado psicológico de extrema fragilidade", escrevem Helena e Lydia. "A temperatura tende a aumentar também na medida em que forem examinados — e vazados — os conteúdos dos celulares e documentos apreendidos com Queiroz. A denúncia do Ministério Público do Rio contra o filho e ex-auxiliares do presidente não vai demorar."
"Tudo isso aponta para uma aceleração do desgaste na popularidade do presidente e para o esgarçamento nas relações com sua própria base. Em poucas horas, a prisão de Queiroz na casa do advogado produziu uma onda negativa contra Bolsonaro nas redes, deixando apática boa parte de seus ideológicos defensores. Sua base militar, ainda perplexa, também não esboçou defesa. O Centrão anda calado", advertem as jornalistas, num trecho do relatório.
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